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Coronel Azevedo coloca o bolsonarismo no divã ao acusar governadora de prática nazista

O deputado estadual Coronel Azevedo (PSC) é uma espécie de caricatura do presidente Jair Bolsonaro no contexto da política potiguar.

A ele dou o título de sub-Bolsonaro-mor da Assembleia Legislativa.

Ontem ao criticar a obrigatoriedade das vacinas para servidores estaduais, Azevedo forçou a barra comparando a medida a uma prática nazista.

A formulação chega ao chamado ponto Godwin que afirma que quando alguém faz analogia de algo com o nazismo é porque perdeu a discussão.

De fato, Azevedo está sempre do lado errado da história. É saudosista da ditadura militar, apoia Bolsonaro e defende tratamento precoce com remédios comprovadamente ineficazes para a covid-19. Ele confunde liberdade de expressão com crime e crime com liberdade de expressão, não respeita o regimento militar que proíbe uso de farda em eventos políticos ainda para os militares da reserva.

Agora ele faz campanha em favor de uma suposta liberdade individual de não se vacinar. Tudo para manter-se alinhado com o seu líder.

Dá péssimo exemplo, diga-se de passagem.

Azevedo faz uma apelação esdruxula ao comparar a obrigatoriedade da vacinação com práticas nazistas.

A medida visa proteger as pessoas (a maioria pobres) que buscam os serviços públicos do risco de contrair a covid. Se vacinar não é uma questão de escolha individual como fazer ou não uma dieta, mas assunto de saúde pública e de interesse coletivo.

A fala do deputado é irresponsável. É defender que as pessoas que buscam serviços públicos sejam atendidas sob risco de contaminação de uma doença que levou a morte mais de 600 mil brasileiros, a maioria deles pobres.

É uma iniciativa para salvar vidas.

Ao citar o nazismo em referência ao que é oposto à essa ideologia assassina, Azevedo coloca o bolsonarismo, que abraça com orgulho, no divã.

Afinal de contas, Bolsonaro já agradeceu o apoio de um site neonazista, já se deixou fotografar com um sósia de Hitler, já teve um secretário de cultura (Roberto Alvim) que se inspirou em Josef Goebles (ministro da propaganda nazista), recentemente recebeu e tirou fotos com Beatrix von Storch do partido Alternativa para a Alemanha que está cheio de neonazistas, já disse (mentindo) com orgulho que o avô lutou no exército de Hitler na Segunda Guerra Mundial e usa um corte de cabelo que lembra a figura do “Fuhrer”.

Foi Bolsonaro quem apostou na estratégia de imunidade de rebanho que fez do Brasil um péssimo exemplo de como lidar com a pandemia. O presidente ataca minorias sem o menor pudor como Hitler fazia.

Ao sucumbir ao ponto Godwin, Azevedo embarcou na frase falsamente atribuída a Lênin “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é!” muito citada como (veja a ironia) exemplo a ser seguido pelo guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho.

O discurso do deputado coronel serviu como um espelho que refletiu a sua própria imagem.

Freud explica!