O senador Rogério Marinho (PL) ficou acuado pelo ministro da justiça Flávio Dino ao ver o seu passado como filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) ser resgatada durante a sabatina que fez do maranhense o novo magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF).
Temendo a patrulha bolsonarista que é desconhecedora dos conceitos políticos e leva muito à sério os nomes dos partidos, Marinho tentou reescrever com palavras a própria história. “É importante a gente mostrar para as pessoas que eu saí do Partido Socialista Brasileiro justamente naquele ano, 2007. (E saí) porque o PSB estava dentro de um projeto que, na minha opinião, não era o mais adequado”, disse.
No calor do momento ninguém conseguiu desmentir Rogério in loco, mas o senador mentiu.
O então deputado federal não saiu do PSB em busca de um projeto mais adequado como disse dando a entender que houve uma motivação ideológica.
Rogério entrou para a política pelas mãos de Wilma de Faria, maior líder do PSB nos anos 1990 e 2000. Ele liderou a Juventude Socialista, foi presidente da Câmara Municipal de Natal e em 2006 foi eleito deputado federal alinhado com Wilma e o então prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves, todos apoiadores entusiasmados de Lula.
Rogério integrava a base de Lula junto com Dino em 2007 e em 2008 queria ser o candidato a prefeito de Natal com o apoio de Carlos Eduardo e Wilma na base de Lula. Mas a dupla socialista preferiu a então deputada Fátima Bezerra (PT) e aí que começou a confusão.
No dia 27 de maio de 2008, o PSB decidiu em reunião que iria apoiar Fátima Bezerra e a turma de Marinho entrou numa confusão com seguranças que usaram spray de pimenta para conter os ânimos. A crise se estendeu.
Rogério perdeu espaços no Governo do Estado e Prefeitura do Natal e entrou em rota de colisão com o partido entrando no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir autorização para mudar de partido.
Em março de 2009 ele se tornou o primeiro deputado federal a trocar de partido autorizado pelo TSE após a institucionalização da fidelidade partidária no Brasil.
O deputado migrou para o PSDB, largou o discurso da educação inclusiva e aos poucos foi se alinhado aos interesses do grande capital até chegar ao bolsonarismo.
Essa é a verdadeira história da saída de Rogério do PSB que ele tenta esconder para não desagradar a turba de fanáticos bolsonaristas.
Abaixo alguns links que confirmam a confusão que resultou na saúde de Rogério:
https://tribunadonorte.com.br/politica/psb-aprova-alianca-em-reuniao-tumultuada/