Os senadores do Rio Grande do Norte estão fechados em votar contra a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
A indicação do filho do presidente para a embaixada tem sido muito criticada pela imprensa por ser vista como uma imoralidade.
As indicações de embaixadores precisam passar pela chancela do Senado. São raras as vezes que alguém de fora da carreira diplomática é indicado para assumir o posto. Mais raro ainda é alguém ser rejeitado na Alta Câmara.
Ao Blog do Barreto o senador Jean Paul Prates (PT) declarou:
“A não ser que tragam novidades MUITO convincentes quanto às suas credenciais diplomáticas e perspectivas de vantagens desta representação em detrimento a todo o corpo diplomático brasileiro, evidentemente que a minha tendência (e da maioria do Senado) será de votar CONTRA. Não por ser do PT. Se fosse Lula ou Dilma a tentar fazer o mesmo, votaria do mesmo jeito. O Itamaraty já admitiu até algumas embaixadas outorgadas a eminências políticas (Vaticano, Roma, Portugal e nada muito além). Mas alguns tipos de carreira não são absolutamente negociáveis com o contingente de políticos, por mais proximidade ou interesse mutuo que possam alegar. Os EUA são uma delas. Indicar o próprio filho é um escárnio com a carreira diplomática e com a importância que as embaixadas e consulados ainda pretendam ter nos dias atuais. Ao invés disso, o MRE deveria se preocupar em racionalizar e modernizar a operação do corpo diplomático brasileiro, e aumentar-lhe a importância no circuito político e comercial internacional – profissionalmente”.
Zenaide Maia (PROS) foi objetiva: “Ser filho de um presidente não é um pré-requisito para ser um embaixador”.
Autor da lei que regulamenta a proibição do nepotismo, Styvenson Valentim (PODE) indicou em conversa com a Rádio Senado que vai votar contra. “Por lei parece que é permitido. Mas moralmente não está bem aceito pela população. Na minha ideia nenhum cargo público do de menor expressão ao mais alto escalão devem ser preenchidos por parentes”, analisou acrescentando que a indicação não passa no plenário.