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Thabatta Pimenta critica omissão de deputados do RN sobre transfobia: “não sabem o real papel como representantes do povo”

O silêncio da maioria dos deputados federais do Rio Grande do Norte sobre o discurso transfóbico de Nikolas Ferreira (PL/MG) incomodou a primeira vereadora trans do Rio Grande do Norte, Thabatta Pimenta (PSB), que em entrevista ao Foro de Moscow disse que os parlamentares na primeira oportunidade descumpriram os discursos de campanha.

“Muitos deles chegaram em vários municípios dizendo que iam defender tudo que era mulher, enfim, mas nessa hora são omissos”, lembrou.

“Se a gente chega no parlamento, na Câmara, não estamos só por quem votaram na gente, mas pelo povo do nosso Estado. Se eles estão sendo omissos não sabem o real papel como representantes do povo”, argumentou.

Ela lembrou que houve a possibilidade de se fazer uma bancada progressista ainda maior. Thabatta teve 40.533 (2,17%) votos ao ser candidata a deputada federal.

Somete Natália Bonavides e Fernando Mineiro, ambos do PT, saíram em solidariedades as mulheres transexuais. Sargento Gonçalves (PL) defendeu o discurso de Nikolas.

Veja o trecho da entrevista:

 

Veja o programa completo:

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Gonçalves passa pano para o “colega e irmão em cristo” Nikolas Ferreira: “fala serena”

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL) fez um discurso em defesa da fala transfóbica do colega de partito Nikolas Ferreira (PL/MG).

Ferreira, ao abordar o tema do Dia Internacional da Mulher disse que as mulheres trans estavam tomando lugar das mulheres cis, causando polêmica e se tornando alvo de pedidos de cassação.

Usando farda de militar, Gonçalves saiu em defesa de Nikolas classificando o discurso controverso como “inteligente” e “sereno”, além de resgatar o super trunfo da religião se referindo ao colega bolsonarista como “irmão em cristo”. “Estou aqui nessa tribuna mais uma vez para repudiar os ataques destilados contra o deputado Nikolas. O ato de intolerância por parte de vários parlamentares ‘lulistas’ numa forma revanchismo contra a fala de Nikolas. Uma fala, coerente, serena, uma fala inteligente… e que representou milhares, ou melhor, milhões de brasileiros nesse nosso país”, disparou.

Para Gonçalves, o uso da peruca por Nikolas teve o objetivo de “valorizar” o discurso. “O que o deputado Nikolas fez, além de sua fala inteligente, foi uma ilustração que nada mais é do que poder valorizar o seu discurso através de uma linguagem colocando uma peruca”, argumentou.

Gonçalves disse ainda que Nikolas está sendo cerceado pela esquerda em sua liberdade de expressão.

Fora os deputados do PT (Fernando Mineiro e Natália Bonavides) os demais representantes do Rio Grande do Norte permanecem em silêncio. Gonçalves foi o único a passar pano para Nikolas.

Assista ao vídeo:

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Thabatta Pimenta rebate Nikolas Ferreira sobre espaço das mulheres trans

Entrevistada pelo Foro de Moscow deste sexta-feira a vereadora de Carnaúba dos Dantas, Thabatta Pimenta (PSB) falou a respeito do discurso transfóbico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG).

Ferreira falou que as mulheres trans estão querendo tomar o lugar das mulheres cis na sociedade. “É um absurdo muito grande. Nós estamos chegando nesse lugar da política e muitos outros ambientes porque muitas de nós morreram para a gente está aqui hoje. A nossa é para que outras como a gente consigam nascer, viver em sociedade e não passe pelo que eu passei, a deputada Érica (Hilton, deputada paulista), e tantas outras meninas trans e travestis passaram”, disse Thabatta, que é a primeira vereadora trans do RN. “O que a gente luta e defende é a mulheridade. A todos os recortes que as mulheres significam nesta sociedade. Existem mulheres trans, mulheres negras, mulheres com deficiência que não são lembradas também!”, explicou.

Thabatta ainda lamentou que exista gente no campo progressista reforçando o discurso de Nikolas Ferreira.

Veja o trecho da entrevista:

 

Veja o programa completo:

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Foro de Moscow

Foro de Moscow 10 mar 2023 – Entrevista exclusiva: Thabatta Pimenta

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Thabatta Pimenta é a entrevistada desta sexta no Foro de Moscow

A vereadora de Carnaúba dos Dantas Thabatta Pimenta (PSB) será entrevistada do Foro de Moscow nesta sexta-feira. Ela vai falar sobre a transfobia na política no contexto do discurso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG).

Thabatta é uma figura política de renome estadual e nome cotado para tentar uma vaga na Câmara Municipal do Natal em 2024.

Nas eleições do ano passado, Thabatta recebeu 40.533

(2,17%) votos ao se candidata a deputada federal.

O programa começa às 12h. Para assistir se inscreva no canal da Agência Moscow AQUI.

 

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Entre os deputados do RN só Natália e Mineiro condenam discurso transfóbico de Nikolas Ferreira

Da bancada de deputados federais do Rio Grande do Norte apenas os parlamentares do PT se manifestaram a respeito do discurso transfóbico do deputado federal mineiro Nikolas Ferreira (PL), que usou a Tribuna da Câmara, ontem, Dia Internacional da Mulher, para atacar as mulheres transsexuais.

Natália Bonavides classificou o discurso como criminoso. “Vamos juntas! Um parlamentar atacou mulheres trans em pleno dia internacional da mulher. Foi criminoso e não calaremos. Toda a minha solidariedade às deputadas @ErikakHilton, @DudaSalabert e a todas as pessoas trans. O discurso criminoso não ficará impune!”, escreveu.

Fernando Mineiro prestou solidariedade e cobrou uma posição do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. “Minha solidariedade às companheiras da Câmara e todas as mulheres, hoje mais uma vez vítimas da misoginia e transfobia do bolsonarismo. É urgente que se cumpra o compromisso do pte da Câmara @ArthurLira_ pelo respeito no plenário e que o Conselho de Ética da Casa se posicione”, frisou.

General Girão (PL), Sargento Gonçalves (PL), Robinson Faria (PL), João Maia (PL), Benes Leocádio (União) e Paulinho Freire (União) ignoraram o assunto.

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Direita representada por Nikolas Ferreira expõe a nossa crise civilizatória

Não. Ele não é o deputado federal mais votado da história do Brasil (na verdade é o terceiro ficando atrás pela ordem de Eduardo Bolsonaro -2018- e Eneas Carneiro – 2002), mas foi sim o mais votado das eleições 2022.

Com um discurso odiento, Nikolas Ferreira (PL/MG) é um símbolo do tamanho do fosso civilizatório em que nos metemos com uma direita tomada pelo extremismo.

O pior que é um extremismo voltando para a opressão contra minorias oprimidas. Ontem, em um discurso patético, Nikolas aproveitou o Dia Internacional da Mulher para atacar as mulheres trans, sem qualquer justificativa.

A idiotia tomou conta das camadas médias do Brasil a ponto de uma figura ridícula como Nikolas Ferreira ter peso político.

É a cara de nossa crise civilizatória cujas raízes foram plantadas com a omissão da elite política a cada estocada do então deputado federal Jair Bolsonaro. A cada fala absurda a resposta padrão era “deixa ele, é só um deputado do baixo clero”. Bolsonaro foi ganhando espaço e dizimando a direita democrática.

Cassar Nikolas Ferreira por transfobia seria uma resposta ao retrocesso civilizatório em que o Brasil se enfiou. Mantê-lo deputado com essa postura é a fabricação de um novo Bolsonaro para nos atormentar nas próximas décadas.

O que restou da direita civilizada, que tolerou Bolsonaro, ao tolerar Ferreira vai repetir o mesmo erro e minar suas próprias chances de retomar o espaço perdido.

Ou vai ver o que chamo de direita civilizada não é tão civilizada assim.

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Jornalista do RN derrota Sikêra na Justiça

O jornalista Jacson Damasceno venceu o primeiro round judicial com o apresentador Sikêra Junior que pede ao potiguar que indenize o comunicador bolsonarista em R$ 40 mil.

A história começou em junho do ano passado quando no Dia do Orgulho LGBTQIA+ uma rede de fast food fez um comercial explicando com as crianças lidam com pais homossexuais.

Contra a ideia de incentivar o respeito, Sikêra deu um chilique homofóbico em seu programa na RedeTV. “A gente está calado, engolindo, engolindo essa raça desgraçada que quer que a gente aceite que a criança… deixe (sic) as crianças, rapaz!”, disparou.

Jacson no seu programa na Band Natal reagiu em defesa da comunidade LGBTQIA+ com uma verdadeira lição de moral (ver vídeo abaixo). “Quem é você comparado a Paulo Gustavo? Quem é você cmparado a Joãosinho Trinta? A Clodovil? A Cássia Eller? Renato Russo? Comparado a Cazuza e tantos gays e lésbicas que honram e orgulham o Brasil? A sexualidade não diminui em nada as pessoas”, rebateu.

O apresentador só se desculpou após perder vários patrocinadores como MRV, Magazine Luiza, TIM e Ford. Mesmo respondendo a uma ação do Ministério Público Federal (chegou a ser absolvido) ele não engoliou a fala histórica de Jacson e o acionou na Justiça.

“Recebo essa decisão com satisfação e tranquilidade. Não era possível que eu perdesse essa ação porque é ele quem queima a imagem dele todos os dias. A gente tinha uma grande esperança de que o resultado fosse esse. A juíza entendeu que rebati as bobagens que ele falou informando corretamente o telespectador”, disse Jacson ao Blog do Barreto. “Dessa vez venceu o lado do amor, da empatia, da igualdade e do bom jornalismo. Vamos torcer para que o episódio sirva de pedagogia para outros apresentadores que agem de forma parecida”, complementou.

Nota do Blog: essa sua vitória em pleno dia do repórter é um alento ao bom jornalismo. Vibrei com esse resultado e tenho certeza que você se orgulha muito dessa história.

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Reportagem

Brasil tem ao menos 80 assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre de 2021

Ato no Congresso Nacional, em Brasília, em memória de vítimas da transfobia no Brasil, em 2020. (Foto: Mídia Ninja)

O Brasil registrou ao menos 80 assassinatos de pessoas transexuais no primeiro semestre de 2021, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O levantamento aponta ainda que ocorreram nove suicídios, 33 tentativas de assassinatos e 27 violações de direitos humanos nesse mesmo período.

O relatório destaca que, já nos primeiros dias do ano, foi assassinada a mais jovem vítima de transfeminicídio do país. Uma adolescente trans de 13 anos foi morta por um adolescente de 17 anos.  “E ao longo do semestre vimos repetir em forma e intensidade, a crueldade com que esses casos têm acontecido. Cabe ressaltar que diminuiu em 4 anos a idade da mais jovem desde que iniciamos esse monitoramento em 2017, caindo de 17 para 13 anos a idade em que pessoas trans passaram a ser assassinadas no país”, afirma a Antra. 

De acordo com a associação, a maioria das vítimas tinha entre 13 e 35 anos de idade. Apenas 12 conseguiram ultrapassar a estimativa média de vida de uma pessoa trans, que é de 35 anos. O perfil das pessoas mortas segue o já denunciado em outras pesquisas da Antra – a maioria expressava publicamente o gênero feminino, sendo travestis e mulheres trans, e eram negras.

A Antra ressalta ainda que, em 2020, a entidade encontrou um número recorde de assassinatos de travestis e mulheres trans, com 175 casos. “O país naturalizou um processo de marginalização e precarização para a aniquilação das pessoas trans”, alerta. “O ciclo de violência que afeta travestis e mulheres trans se assemelha na medida em que a morte é o ponto final de uma série de violações anteriores”, acrescenta o boletim da Antra. 

A entidade destaca que os dados apontados na pesquisa não representam a totalidade de assassinatos de travestis e demais pessoas trans, devido às diversas limitações impostas à coleta de informações, entre elas a falta de dados governamentais e subnotificação de casos. 

No entanto, sinaliza que o levantamento representa uma parcela dos casos e ajuda a entender como tem se dado o combate à violência transfóbica no país e mensurar como a política nacional tem impactado diretamente na forma com que a sociedade e os aparelhos estatais se relacionam com a população trans.

“Não acreditamos que haja qualquer indicativo que nos leve a crer em uma diminuição na violência transfóbica ou explique em definitivo as constantes variações nos números de assassinatos que temos mapeado até aqui. Especialmente em um momento de organização e avanço de uma agenda anti-trans, com a apresentação de diversos projetos de lei que visam estigmatizar e criminalizar as existências trans, os retrocessos em políticas trans inclusivas, o fortalecimento de discursos anticientíficos e a disseminação de narrativas que incitam o ódio através do medo sobre a população trans, tem sido os principais impulsionadores da violência presente na rede social e consequentemente no incentivo ao assassinato de pessoas trans, direcionando alvos e perpetuando o lugar subalterno em que a população trans foi historicamente colocada”, afirma. 

Ao final do relatório, a Antra traz uma série de recomendações “que devem ser incorporadas a fim de promover o enfrentamento da transfobia e de suas múltiplas formas, na busca por ambiente social onde as pessoas trans possam existir, serem protegidas e se sentirem seguras.” Confira aqui o levantamento.

Fonte: Andes/SN

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Comentário do dia

Drauzio Varella e o erro da Globo