Um pingo de esperança

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Há um ano o Mossoró Cidade Junina foi aberto com o “Pingo da Mei Dia” e no discurso de abertura o prefeito Francisco José Junior (PSD) foi vaiado. A vaia foi bastante propagada nas redes sociais.

Esse ano foi diferente. O prefeito discursou no mesmo horário do ano passado sem sentir a hostilidade dos que estavam presentes.

A ausência de vaias surpreendeu. Afinal de contas, durante toda semana o que mais se propagou pela cidade era que o “Pingo” estava sendo elitizado com a camarotização do evento, que as calçadas estavam sendo “vendidas” pelo prefeito, que estavam cobrando taxas, que o prefeito estava acabando com uma festa popular. Eu confesso que se fosse assessor do chefe do executivo municipal aconselharia ele a não discursar. Mas ele falou e não foi vaiado, repito. Pode parecer pouco, mas é muito diante do cenário propagado ao longo da semana e da impopularidade registrada nas pesquisas.

Outro ponto positivo do evento foi o aumento do percurso dos trios. A iniciativa espalhou o público deixando o corredor cultural menos apertado mesmo com boa parte das calçadas ocupadas pelos famigerados camarotes.

O evento foi tranquilo sem as polêmicas do ano passado nem ocorrências de crimes graves. A segurança funcionou.

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O prefeito pode respirar aliaviado, inclusive circulando pelo povo sem ser hostilizado como a oposição esperava.

Pode parecer pouco, mas para quem tem uma desaprovação beirando 80% qualquer fato positivo é muito mais que um “pingo d’água”.

Eventos como o de sábado, a passagem da tocha olímpica hoje e o Mossoró Cidade Junina quando funcionam bem servem para melhorar a autoestima da cidade que anda em baixa. O gestor também ganha.

Se tudo ocorrer bem até o final de junho o prefeito pode colocar a cabeça para fora do poço e eleitoralmente respirar para chegar com alguma sobrevida nas convenções. É claro que ele precisa de muito mais para voltar a ser competitivo.

Mas já há o que mostrar. Veja o caso do transporte. Sem o alarde da chegada da Ocimar Transporte quando se gerou uma falsa expectativa de solução de um problema de décadas, desta vez as mudanças foram feitas de forma discreta e para melhor. Se o sistema não está perfeito ao menos as reclamações são muito menores que da outra vez.

O prefeito consegue manter a folha em dia após fazer ajustes que acabaram com atrasos dos servidores efetivos e comissionados.

A meu ver há muitos problemas para serem resolvidos. O maior deles é a situação dos terceirizados.

Mas o prefeito pode sim ter um pingo de esperança.