Com reeleições em risco, Garibaldi e José Agripino precisam de um ‘WO’

 

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Desde a década de 1980 Garibaldi Alves Filho (PMDB) e José Agripino (DEM) são as principais lideranças do Rio Grande do Norte. Governaram o sofrido elefante duas vezes. Ao seu modo contribuíram para o desastre nosso de cada dia. O primeiro está no terceiro mandato de senador, o segundo está no “céu” pela quarta vez.

Ambos também foram prefeitos de Natal. Garibaldi com o respaldo popular, Agripino com a indignidade do mandato biônico garantido com pompa pela circunstância da ilegitimidade da ditadura militar.

Garibaldi ainda foi por quatro oportunidades deputado estadual. Os dois começaram jovens, promovidos pelos sobrenomes como sempre acontece no oligárquico Rio Grande do Norte.

São com sobra os políticos mais vitoriosos de suas dinastias (Alves e Maia), mas hoje encaram o temor de uma derrota, coisa rara em suas carreiras. José Agripino só perdeu um pleito em 1998, para o Governo do Estado contra o próprio Garibaldi. Este, por sua vez, só foi derrotado por Wilma de Faria em 2006.

Corroídos por tanto tempo e mandatos ineficientes incensados pela mídia sem qualquer merecimento, hoje eles amargam momentos terríveis para quem tem um passado vitorioso. O eleitor, outrora condescendente, perdeu a paciência com os poderosos.

Garibaldi já foi recebido “carinhosamente” no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

José Agripino não fica atrás. Em evento recente foi atacado por militantes de esquerda em Pau dos Ferros, um dos seus principais redutos eleitorais.

Os dois estão fragilizados e os números das pesquisas mostram isso. Em 2009, um ano antes do pleito de 2010, Agripino e Garibaldi lideravam com folga sem serem ameaçados pela então governadora Wilma de Faria que em 2006 derrotou a coalizão política liderada pelos dois velhos caciques. Numa eleição com dois votos a dupla somava mais de 50% pesquisas um ano antes do pleito. Hoje não chegam a 20% somando primeiro e segundo voto.

Muito pouco para o tamanho deles.

Garibaldi e Agripino são ameaçados pela deputada federal Zenaide Maia (PR), uma parlamentar de atuação discreta cujo único diferencial é votar contra as medidas impopulares do presidente Michel Temer. Só isso mostra o tamanho do estado de fragilidade dos tradicionais líderes.

Mas os problemas não param por aí. Garibaldi está órfão do poder de articulação política de Henrique Alves, hoje um detento de luxo em um quartel da Polícia Militar em Natal. Agripino acaba de se tornar réu em um escândalo envolvendo a Arena das Dunas. A corrupção abala a imagem deles.

Por enquanto, não existe um segundo nome para fazer companhia a Zenaide Maia na tarefa de ameaçar a dupla. É esse o grande trunfo de Agripino e Garibaldi. Eles trabalham com seus tradicionais aliados no interior a ausência de candidatos competitivos em 2018, praticamente um WO.

O problema é que essa tática foi usada por Henrique Alves em 2014. Derrotado, hoje ele é um presidiário.

Uma eventual derrota de Agripino e Garibaldi será um divisor de águas na política do Rio Grande do Norte.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto