Pesquisa aponta que eleitor potiguar busca nome novo e ficha limpa para Governo e Senado

candidato perfeito

O eleitor potiguar está de saco cheio da atual classe política. Pelo menos é o que aponta pesquisa realizada pelo Instituto Consult sob encomenda da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN).

A sondagem mostra um eleitorado sonhando com um político inexistente no mercado do voto atual: novato e ficha limpa. É a confirmação de algo já observado em meus comentários no Blog do Barreto e na TCM/95 FM: o eleitor potiguar está disposto a finalmente aposentar a geração de políticos que comanda o sofrido elefante desde a década de 1980. São os filhos dos oligarcas das décadas de 1950, 60 e 70, que já estavam colocando os bambinos nos cargos públicos. Uma “renovação” cujo desempenho, via de regra, é decepcionante.

Para 37.18% os políticos de modo geral são corruptos e ladrões. Um número que reforça a necessidade de honestidade na política.

DEFINIÇÃO DADA À POLÍTICA E AOS POLÍTICOS de UM MODO GERAL:

1) QUADRILHA/BANDO DE LADRÕES/SÓ TEM CORRUPTOS/BANDIDOS: 37.18%

2) NENHUM PRESTA/NÃO VALEM NADA/SÃO PÉSSIMOS/SÃO RUINS: 6.71%

3) TUDO RUIM/PÉSSIMA/NADA BOM: 4.47%

4)SAFADOS/CAFAJESTES/PILANTRAS/CANALHAS/SACANAS/VIGARISTAS: 3.24%

5) TUDO IGUAL/TODOS IGUAIS/TODOS CALCAM 40: 2.82%

6) NÃO SÃO HONESTOS/DESONESTOS: 2.76%

7) NÃO TRABALHAM/NÃO FAZEM NADA/VAGABUNDOS: 2.59%

8) SEM CONFIANÇA/NÃO ACREDITA/DESACREDITADA/SEM CREDITO: 2.24%

9) SÓ PENSAM NELES/INTERESSES PESSOAIS/SÓ VÊ O LADO DELES: 2.24%

10) VERGONHA: 1.76%

11) HORRÍVEL/PAVOR/RIDÍCULOS: 1.24%

A pesquisa Consult/FIERN é a mais completa já divulgada. Mas a análise não pode ficar restrita aos números. Há um claro interesse em mostrar a viabilidade de um nome novo, conhecido e do segmento empresarial. Os próprios itens induzem o eleitor a se manifestar sobre avaliações negativas dos políticos.

O quadro de avaliação de frases abaixo mostra isso com clareza.

FRASE QUE MAIS SE IDENTIFICA COM OS ELEITORES, COM RELAÇÃO A AS ELEIÇÕES DE 2018.

1) Na próxima eleição NÃO VOTAREI em nenhum dos atuais políticos, porqueeles NÃO CUMPRIRAM O QUE PROMETERAM: 20.53%

2) Na próxima eleição VOTAREI em um candidato para Governador ou Senador que NÃO SEJA POLÍTICO ATUALMENTE: 19.06%

3) Na próxima eleição NÃO VOTAREI em nenhum dos atuais políticos, porque ELES NÃO ME REPRESENTAM: 17.24%

4) Na próxima eleição PODEREI VOTAR em um dos candidatos que já estejam na política, DESDE QUE TENHAM NOVOS PROJETOS: 14.65%

6) Na próxima eleição VOTAREI em um candidato, para Governador ou Senador, diferentes dos atuais, SE MOSTRAR QUE PODEMOS CONFIAR NELE: 9.35%

5) Na próxima eleição PODEREI VOTAR em algum dos atuais políticos, SE ELES MUDAREM SEUS COMPORTAMENTOS: 4.65%

Outro ponto da pesquisa promove o perfil empresarial como alternativa e encontra simpatia do eleitorado avaliado. Em tempos de caos administrativo nada mais coerente que o eleitor queira testar alguém com perfil “gestor”.

A sondagem indica ser feita para convencer algum nome do empresariado a entrar na disputa do próximo ano. Não por acaso, Flávio Rocha, dono da Riachuelo, ter sido colocado como alternativa ao Governo do Estado na pesquisa estimulada (a que apresenta uma lista de nomes ao eleitor). Mas existem outros nomes cotados para o pleito como o empresário Marcelo Alecrim.

Na sequência que questionado se “Para a eleição de 2018, é mais fácil votar para Governador ou Senador, em um dos atuais políticos por já conhecer e acreditar que pode trabalhar pelo RN, ou em um candidato novo, Empresário ou Pessoa de Influencia que não esteja atuando na política?”. As respostas confirmam o desejo por algo diferente na política potiguar.

1) Candidato novo, Empresário ou Pessoa de Influencia que não esteja atuando na política: 54.29%

2) Depende: 16.12%

3) Atuais políticos, acreditando que podem trabalhar pelo RN: 7.53%

4) Não sabe dizer: 22.06%

 

Há tempos tenho alertado em minhas análises que o modelo político do Rio Grande do Norte está esgotado. Quem teve chance de mudar isso foi Wilma de Faria após a eleição de 2002. Ela tinha legitimidade para isso, mas preferiu seguir o modelo dos antecessores, inclusive criando um problema que até hoje atrapalha a gestão estadual: a partilha de recursos do Tesouro Estadual com os poderes com base em orçamentos fixos.

O atual governador Robinson Faria (PSD) também teve uma oportunidade ainda maior que a de Wilma. Foi eleito praticamente só em 2014, mas seguiu modelo tradicional de gerir a coisa pública. Resultado é ter se tornado o governador mais impopular da história potiguar (ver AQUI). Ele foi eleito muito pela rejeição ao detento Henrique Alves do que pelos próprios méritos.

A última candidata ao governo eleita pelos grupos tradicionais foi Rosalba Ciarlini em 2010. A gestão dela já mostrava que o modelo tradicional estava falido.

Em outro ponto o eleitor declara majoritariamente não ter interesse em votar nos políticos atuais.

COM RELAÇÃO A MUDANÇA NA POLÍTICA E NOS POLÍTICOS, EM QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO O(A) SR.(A) MAIS SE IDENTIFICA?

  1. a) Mudança total, não votar em nenhum candidato que esteja na política hoje: 18%
  2. b) Mudança parcial, não votar nos fichas sujas e naqueles que não fizeram

nada pelo RN: 26.06%

  1. c) Não haver mudanças, procurar votar nos candidatos, que já conhece, e que tenham serviços prestados pelo RN: 12%
  2. d) Não sabe dizer: 65%

Trata-se de um forte indicativo de que a classe política potiguar não conta com o respaldo eleitora. Aos novatos que desejam entrar na política cabe encaixar o discurso convencendo ao eleitorado que representa o sonhado “novo”.

A pesquisa Consult FIERN mostra o candidato ideal em um combo ficha limpa + novo. Não é fácil encontrar esse nome no Rio Grande do Norte.

CRITÉRIOS QUE SERÃO ADOTADOS, PARA VOTAR NOS FUTUROS  CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES DE 2018

1) Não ser ficha suja: 38.1%

2) Ser novo na política: 28.4%

3) Tenha serviços prestados pelo RN: 11.7%

5) Não tenha nome citado em delações na Justiça: 10.5%

4) Não ser ligado a partido político envolvido em corrupção: 7.8%

7) Passe confiança que pode e vai fazer política diferente da atual: 8.4%

6) Apresente projetos REAIS em defesa do RN: 4.8%

 

Alerta

A classe política tradicional tem nos prefeitos um caminho para chegar a mandatos federais, Governo e Assembleia Legislativa. Mas é bom ficar atenta porque 75,18% dos potiguares, segundo a pesquisa, não seguirão a orientação de prefeitos e lideranças no próximo ano.

INTENÇÃO DE SEGUIR OU NÃO ORIENTAÇÃO DE PREFEITOS e/ou LIDERANÇAS

POLÍTICAS , NAS ESCOLHAS DOS CANDIDATOS QUE IRÃO VOTAR EM 2018.

Sim, poderá seguir: 4,35

Depende: 14,12

Não seguirá: 75,18

Não sabe dizer: 6,35

É um dado que causa espanto ao modo tradicional de fazer política. Os mandatos de deputados, senadores e governadores são sempre alicerçados em cima da troca de favores com prefeitos. Emendas e propinas são a moeda em troca do trabalho coronelístico nas bases. Isso resulta em mandatos inúteis em Brasília como os encontrados na maioria dos integrantes da bancada federal potiguar.

Essa tática pode estar com os dias contados segundo a pesquisa.

Aviso: o Blog ainda fará mais análises sobre a Pesquisa Consult/FIERN.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto