A Deficiência Social – Parte 1

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Imagine levantar de manhã bem cedo, abrir os olhos e não ver nada, tentar levantar os braços e mexer as pernas e não sentir nada. Nesse momento, acredito que você comece a entrar em desespero e sentir um medo enorme. Você tenta gritar para chamar alguém, mas, sua voz não sai, e, começa a perceber que não está escutando nada, daí, percebe também que não sente mais nada de seu corpo, nem mesmo sua própria fisiologia. É nesse momento que você percebe está preso dentre de você mesmo. Consegue se colocar neste pensamento? Seria um pânico enorme, não é?

A verdade é que muitos brasileiros se sentem assim, impotentes em meio a todo o caos que estamos vivenciando neste momento, é Coronavírus (COVID-19), a economia regredindo, o dólar subindo, o poder de compra diminuindo, amigos e familiares ficando desempregados, os servidores da Saúde e da Segurança Pública ficando sem equipamentos de proteção individuais – EPI’s, e, para aumentar todo esse sufoco que já estamos vivenciando, o Presidente da República querendo virar um ditador e Sérgio Moro pedindo a exoneração do Ministério da Justiça.

Observamos por meio das redes sociais, panelas que eram para estarem com comidas saborosas, sendo utilizadas para pedi que o Presidente “caia na real” e haja como um verdadeiro Chefe de Governo e Chefe de Estado, contudo, o Presidente se preocupa em dizer que todo o pânico do mundo e dos brasileiros é só uma “gripezinha”. Assim, é mediante a todos esses percalços, que o povo se sente como uma pessoa com deficiência múltipla, não sentindo nada, apenas pensando em como sair desta situação.

Porém, nós brasileiros podemos fazer muitas coisas, mas, talvez você pense: “Ah, ele já vai falar que votamos errado e que a culpa são dos políticos”. Bom, sigo um pensamento comum dito por pensadores filósofos e sociólogos, “Não existe políticos corruptos com um povo honesto! ” Isso significa que nosso povo é corrupto e temos políticos corruptos por causa que nosso povo não pensa no bem-comum, e sim, no bem próprio. Resumindo, o pensamento apregoado em sua maior parte é, “se para mim está bom, para que melhorar? ”. Vamos seguir em uma lógica de pensamentos de quem são os culpados do Brasil está assim, direi em uma discussão na perspectiva da ética e da moral. Vamos lá?

Primeiramente, é importante deixar de culpar os políticos, pois, o culpado somos nós. Sabe aquela escola que os matos estão tomando conta da quadra esportiva dos alunos? Muitos dizem: Esses políticos estão fazendo nada! Bom, porque não pegar algumas enxadas, convidar alguns amigos e limpar o espaço para que as crianças tenham um melhor ambiente na escola? Sabe aquele entulho de lixo que você observa em sua rua, e, pelo fato da Prefeitura ainda não ter limpado, você jogará lixo naquele local também? Bom, se tu jogar o lixo naquele determinado local, você está colaborando para a destruição de nosso país.

Em uma sociedade temos duas escolhas, sermos aqueles que pegam as enxadas e limpam o terreno da escola, ou, aqueles que jogam o lixo em lugares irregulares porque outros jogam também. Se você escolhe ser a pessoa que joga o lixo no lugar errado, saiba que você está

ajudando aumentar a corrupção, a aumentar o número de mortes por causa do tráfico de drogas, culpado pelo trânsito ser uma bagunça e culpado pela cidade estar esburacada. Acham que estou exagerando? Explicarei no artigo da próxima semana o impacto de um lixinho jogado no chão e o como o Brasil está por causa deste lixinho.

Que venhamos arregaçar as mangas das camisas, trabalhar pelo bem-comum, ajudar o próximo, não ajudar quem faz coisas erradas, e, deixar de querer levar vantagens em cima de pessoas que não têm esclarecimentos. Vamos mudar o mundo? Vamos ser diferentes? Vamos ajudar a nossa gente a viver de modo mais feliz? Vamos lutar juntos?

Esperamos fazer uma corrente do bem, pois, se juntamos as mãos e trabalharmos juntos, juntos somos mais fortes!

*Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto