RN confirmou mais de 900 casos de Covid-19, mas número não representa quantidade de infectados nas últimas 24 horas

Boletim divulgado pela Sesap nesta quarta-feira, 3 (Imagem: Reprodução)

O Rio Grande do Norte chegou a 9.149 casos confirmados do novo coronavírus, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP-RN) nesta quarta-feira, 3. Na manhã de hoje, como divulgado aqui,  o secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, já havia divulgado os números parciais (na ocasião, foram informados 9.148 casos confirmados).

São 916 novos casos confirmados em relação ao que havia sido divulgado no boletim de ontem, a maior diferença de confirmações em 24 horas. Porém, os dados não representam a quantidade de pessoas que contraíram o coronavírus nas últimas 24h.

“Em relação à confirmação de casos, nós temos alguns procedimentos para serem esclarecidos”, afirma a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica do Estado, Alessandra Luchesi, através da assessoria de comunicação da Sesap.

“A oscilação do número de um dia para o outro, em termos de confirmação de casos, ela pode normalmente está diretamente associada à quantidade de testes realizados – testes rápidos – ou até mesmo à quantidade de exames processados de RTPCR, que é o isolamento viral. Isso nos confere uma oscilação dos números verificados, mas não significa dizer que, se de um dia para o outro, por exemplo, tivemos um aumento de 300 casos confirmados, que esses 300 casos confirmados são casos referentes às últimas 24 horas. Com a realização dos testes rápidos esse período ainda aumenta.”, esclarece Alessandra Luchesi.

Segundo ela, o modo como os dados são disponibilizados no boletim epidemiológico mostram a data de início dos sintomas das pessoas que testaram positivo e essa data é que vai nortear a análise do cenário, uma vez que pode indicar o período de exposição de outras pessoas.

“O teste rápido ele é capaz de captar um caso que ocorreu, pelo menos, nos últimos 30 dias. A forma como nós apresentamos o dado ao longo do boletim epidemiológico nos mostra, claramente, quantos desses casos confirmados iniciaram os sintomas nos últimos dias. Então, isso nos dá também uma diferenciação do cenário epidemiológico. Nós precisamos compreender que a análise do cenário, ela está pautada na data de início de sintomas dos pacientes que foram casos confirmados, porque isso pode nos indicar ainda um período de exposição de outras pessoas, o que pode conferir ainda um período para transmissão a outros indivíduos. Então, esse é um dos aspectos que nós utilizamos para estarmos analisando o cenário epidemiológico”, explica a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica.

A observação dos dados deve ser feita com cautela, observando os diferentes aspectos.

“Então, se nós fossemos observar o gráfico disponível no boletim epidemiológico com distribuição temporal, nós conseguimos verificar que, pelo menos, nos últimos, sempre 12 a 13 dias nós temos uma queda do número de casos confirmados, mas isso não significa dizer que a situação epidemiológica ela esteja melhorando. Significa dizer que nós temos um delay (demora) considerado já no cenário para que a gente possa estar verificando a ocorrência desses casos. Normalmente o paciente tem até o sétimo dia de início de sintomas para coletar amostras para o isolamento viral e ainda temos todo esse prazo para recebimento da amostra, processamento da amostra e liberação do exame. Assim como um paciente que perde essa oportunidade do sétimo dia de início dos sintomas pode estar realizando um teste rápido, a partir do décimo dia do seu início de sintomas, o que também já gera esse delay para obtenção de casos confirmados por dia. Então, o número que nós liberamos de confirmações significa os casos que foram detectados, que foram confirmados naquele período”, afirma Alessandra Luchesi.

 

Data de início dos sintomas das pessoas que testaram positivo para Covid-19, conforme gráfico da Sesap, orienta análise do cenário epidemiológico (Imagem: Reprodução)

 

Outros dados

De acordo com o boletim epidemiológico da Sesap e conforme noticiado anteriormente pelo blog, o Estado registra 367 óbitos com confirmação da doença. Há 19.659 casos suspeitos e 16.013 descartados.
O número de pessoas recuperadas, segundo a Sesap, é de 1.824.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto