Impera o silêncio diante do caos

Artistas estão insatisfeitos com condução do Mossoró Cidade Junina Virtual (Foto: web/autor não identificado)

Por Américo Oliveira*

Compartilho a minha insatisfação e indignação com o que estamos vivenciando dentro do CMPC. Estamos acompanhando, com muita atenção, o que está acontecendo. Fomos eleitos para representar a classe artística e a sociedade civil. Todavia, temos sentido e estamos percebendo um distanciamento em alguns processos.

O que está acontecendo com a classe artística de Mossoró, através da Prefeitura de Mossoró e da Secretaria de Cultura, é um tremendo desrespeito com os artistas. As mídias têm se calado perante o caos que se apresenta. Alguns artistas estão tendo seus valores rebaixados no ato da contratação. Outros, são excluídos da programação do Mossoró Cidade Junina Virtual.

Por exemplo: o edital das quadrilhas juninas. Não vi nenhuma convocação para o CMPC participar da reunião que houve com o setor junino. Não fomos convocados para analisar o edital. Agora, estamos testemunhando os artistas sendo excluídos da programação do evento. Mesmo artistas de renome e com uma enorme bagagem artística.

Não acabou! Dentro do processo de licitação das bandas, já há relatos de bandas que também estão tendo seus valores rebaixados. Enquanto outras, aumentados. É o que, até então, temos apurado. Percebe-se uma discrepância de fatos entre a realidade e as expectativas e promessas criadas pela Prefeitura. Tudo isso, óbvio, possui o aval do prefeito Allyson Bezerra.

Percebam como a coisa tem funcionado. Nas redes sociais da PMM, por exemplo, circulou a informação de que houve o pagamento de auxílio a um montante de 200 artistas. O que circulou foi distorcido. Saindo do terreno do que é surreal que a Prefeitura gosta tanto de abraçar, o que de fato é real é que esses artistas serão pagos com um cachê, e não com auxílio. Atores, atrizes, produção do Chuva de Bala e das demais atrações do MCJ não receberão auxílio.

Um grupo de artistas mossoroenses protocolou um ofício para que fosse possível sentar com o prefeito no intuito de debater a lei que cria diretrizes para a instituição do Programa Municipal de Fomento como política pública de enfrentamento à calamidade decorrente da pandemia da COVID-19. Para surpresa de ninguém, até agora, não houve nenhuma reunião, convite, chamamento ou convocação para reunião alguma por parte da Prefeitura.

Para nós, artistas, a questão vai além do financeiro. Passa pelo amor em participar de algo importante para a cidade e para os demais setores da cadeia de economia criativa de Mossoró. Aproveito o ensejo para manifestar a minha indignação e deixar a minha solidariedade à cantora Dayanne Nunes, pois a mesma ficou de fora da programação do MCJ mesmo tendo apresentado um portfólio excelente. E o pior, o senhor Secretário de Cultura, Etevaldo Almeida, afirmou em entrevista que todos os artistas classificados no edital do MCJ seriam contemplados dentro da programação. O que, pelo visto, assim não será. Reina a falta de sensibilidade mesmo diante de uma pandemia que trouxe a escassez de trabalho para o setor cultural.

Deixo o meu grito de esperança e de luta por todas e todos que desejam um fazer cultural democrático e acessível. Que pena que nessa gestão que foi eleita, inclusive com a promessa de representarem o “NOVO” da/na política, já se avistem práticas da velha política, como a perseguição, ou a falta de respeito, silêncio e exclusão de artistas ao bel prazer de um jogo impuro e sombrio, que exclui pessoas como se derrubasse peças de um tabuleiro de xadrez.

*É ator, encenador e palhaço.

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