Convocação do governador da Bahia na base do se “colar, colou” mostra perfil pirotécnico da CPI da Assembleia

Convocação do governador da Bahia Rui Costa expõe pirotecnia da CPI (Foto Paula Froes/Govba)

O presidente da CPI da Covid-19 Kelps Lima (SD) prometeu que na comissão não ia ter espaço para “lacração”, expressão usada nas redes sociais para criticar quem quer “aparecer”.

No entanto a CPI já começou “lacrando” com coletiva e a controversa convocação do governador baiano Rui Costa (PT).

O regimento da Assembleia Legislativa é omisso sobre a convocação de governadores de outros estados, mas a jurisprudência estabelecida veta a convocação dos governadores para depor em CPI.

Kelps é advogado e sabe disso tanto que ele usa um argumento esperto para justificar a convocação: o de que Rui viria na condição de presidente do Consórcio Nordeste na época da compra dos respiradores que não vieram.

Ora! Basta ter noções de lógica para saber que Rui Costa só presidia o Consórcio Nordeste por ser um governador, logo o argumento de Kelps não faz sentido.

Conhecendo a inteligência do deputado só posso concluir que ele está fazendo um “se colar, colou” para fazer pirotecnia política obrigando Rui Costa a ir ao judiciário garantir o direito de não ir a Natal depor.

A preocupação em gerar esse fato político dá discurso aos que desconfiam de que o objetivo da CPI é só fazer zoada mesmo.

Ainda mais no cenário de uma CPI que vai investigar alguns fatos cujo dolo do Governo do Estado já foi descartado por órgãos de controle entre os quais o caso dos respiradores em que o Ministério Público de Contas isentou a atual de culpa.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto