Um favoritismo assombrado por fantasmas

A ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) é tida como favorita desde o dia que deixou a governadoria. Foram quase dois anos do mais absoluto silêncio. Ela apostou no desgaste do prefeito Francisco José Junior (PSD) e no esquecimento da passagem dela pelo Governo do Estado.

Num tática que tem sido perfeita até aqui ela conseguiu que a maioria dos mossoroenses fizessem um “recall” seletivo de parte dos eleitores que ignoram a governadora de pior avaliação da história do Rio Grande do Norte e só lembram da prefeita de melhor avaliação da história de Mossoró.

A presença de Rosalba no pleito como candidata será uma oportunidade de passar a limpo a história recente de Mossoró.

Ela terá o que mostrar? Sim. Da passagem dela como prefeita ela utilizará o legado até hoje existente nas ruas da cidade. Foram muitas praças, o Mossoró Cidade Junina, o Teatro Dix-huit Rosado, a primeira UPA do Rio Grande do Norte (a do Alto de São Manoel), o Ginásio Pedro Ciarlini… da gestão como governadora ela poderá falar da duplicação da estrada que liga Mossoró à Tibau, reforma da Rodoviária Diran Ramos do Amaral e o Hospital da Mulher.

Algumas dessas ações são questionadas. O ginásio é visto por muitos como um elefante branco e o Hospital da Mulher deixou bloqueados os bens da ex-governadora. Apenas para ficar em dois tópicos.

Mesmo assim a ex-governadora lidera como folga as pesquisas. É vista como imbatível.

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Imbatível não é até porque muitos fantasmas rondam seu projeto político. Há no meio jurídico muitas informações desencontradas a respeito da elegibilidade da ex-governadora por conta de condenações por improbidade administrativa mantidas por órgãos colegiados. Nenhum jurista independente se arrisca a dizer nem que sim nem que não. “Só o juiz eleitoral poderá dá a palavra final”. É o mantra de todos.

Do ponto de vista discursivo há meios para desconstruí-la, mas que vem sendo subutilizados pelos adversários. Da passagem dela prefeitura pode-se questionar o fato dela não ter fomentado novas alternativas para a economia local deixando Mossoró dependente demais do petróleo, sal e fruticultura. Com o tripé em crise a economia da cidade ruiu.

Ninguém teve tantas chances para isso como ela. Governou a cidade em três oportunidades, foi quem mais usufruiu dos royalties e teve um cenário econômico favorável do pós-plano real.

Sobre a passagem pelo governo ela terá que explicar porque fez a pactuação da saúde com Natal e Caicó e não fez com Mossoró deixando a Prefeitura responsável pela alta e média complexidade.

Além claro das maquetes do Teatro Lauro Monte e Estádio Leonardo Nogueira que seguem como duas ruínas aos olhos dos mossoroenses.

A ex-governadora terá a chance de se defender que não teve em 2014 quando numa articulação maquiavélica o DEM lhe negou o direito de disputar a reeleição.

Mas até aqui ela não tem feito questão de exercer esse direito evitando temas que colocam espinhos no pedúnculo (eixo de sustentação de uma rosa ou flor) da Rosa de Mossoró.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto