PSTU rechaça aliança do PSOL com PSDC e convoca partido para frente socialista

Abaixo nota sobre o posicionamento do PSTU sobre a aliança do PSOL com PSDC e REDE:

Hoje o Brasil está em uma profunda crise econômica, politica e social.

A responsabilidade por esta crise, que já gerou mais de 10 milhões desempregados, é do PT, PSDB, PMDB, PDT, PSD e as oligarquias que governaram o Brasil desde muito tempo, prejudicando os pobres e enriquecendo os grandes empresários e banqueiros. A corrupção generalizada, a exploração desenfreada dos trabalhadores, a opressão racial e de gênero, a violência contra as mulheres, negros e homossexuais. A destruição do serviço público, o desmonte da educação pública e da saúde. Tudo isto está sendo feito para aumentar os lucros dos grandes empresários. Quem amarga a conta dessa crise é a classe trabalhadora, a população das favelas, as negras e negros, os demitidos e desempregados, e a juventude sem perspectiva. São as servidoras e servidores da saúde do Hospital Tarcísio Maia, as pessoas usuárias da saúde pública, os camelôs que os grandes comerciantes querem expulsar do Centro, as mães que não conseguiram matricular seus filhos nas creches e escolas que estão fechando, as famílias que não conseguem pagar seus alugueis, enquanto veem suas contas aumentando. Mossoró é a cidade que está sofrendo mais profundamente com o desemprego e com a crise econômica. Com a privatização e a entrega da PETROBRAS ao estrangeiro, é estimada a perca de mais 35 mil empregos na cidade. Mais de 40 postos foram fechados na região, e a atividade de extração reduzida em 60%, onde um dia foi chamada a terra do ouro negro. A construção civil também sente os efeitos da recessão. São 30 trabalhadores demitidos por dia em Mossoró. As obras do Minha Casa Minha Vida estão paralisadas, e foram mais de mil operários da construção civil demitidos do ano passado para cá. Somente nos dois primeiros meses de 2016, a capital do oeste potiguar terminou com saldo negativo de 1222 empregos. Precisamos construir uma Mossoró para as trabalhadoras e trabalhadores, para negras e negros, para juventude, o povo pobre da cidade e do campo, os indígenas e os LGBTS. Precisamos organizar os debaixo para derrubar os de cima, com um programa revolucionário para transformar profundamente a sociedade. Queremos emprego, salário, serviços públicos de qualidade, moradia, reforma agrária, direito à cidade. Queremos arroz e feijão com um preço cidadão, terra para quem nela trabalha, teto para aqueles que não têm, emprego para os que querem trabalhar, e o direito ao futuro. O povo já não aguenta todos aqueles que estão aí. De norte a sul do país a indignação com a classe política e a mobilização dos trabalhadores só aumenta. O número de greves já se equipara ao nível dos anos 80, e a construção de uma greve geral está no horizonte. Em Mossoró não poderia ser diferente. Apesar do favoritismo de Rosalba, os dois candidatos com maior rejeição são o atual prefeito Francisco José Jr./PSD (quase 87% de reprovação), e o representante da burguesia local Tião da Preste/PSDB. Por isso, nós do PSTU, defendemos que os trabalhadores têm que botar para fora todos eles, do PT ao PSDB, do PMDB ao PSD e PSDC, e outros partidos e políticos corruptos que se venderam para os grandes empresários, como a REDE. Todos estes não representam os pobres, os anseios da nossa classe trabalhadora. Os trabalhadores do Brasil se decepcionaram com o PT, com Lula, com Dilma porque eles tinham condições de mudar o Brasil para melhor e o que fizeram no governo foi manter a mesma exploração e opressão do povo trabalhador. Por isso, não participamos dos atos em defesa de Dilma, contra o impeachment, nem participamos dos atos a favor do impeachment realizados pelos partidos dos patrões. Lamentavelmente, o PSOL se juntou ao PT defendendo a manutenção da Dilma no governo. Nem o próprio PT acredita que houve um golpe, já que está apoiando Rodrigo Maia, deputado do DEM, para presidente da Câmara dos Deputados. Os trabalhadores do Brasil é que estão sofrendo golpes de todo lado e que são dados tanto pela Dilma/PT, quanto pelo Temer/PMDB ou Aécio/PSDB. Quando se trata de prejudicar o trabalhador estão todos juntos. Por isso, temos que denunciar estes dois campos da burguesia e não se misturar com eles, porque estão interessados apenas no poder e em explorar o povo. Chamamos o PSOL a não compactuar com a traição do PT e que, todos nós juntos, PSOL, PSTU e PCB desmascaremos o PT e sua traição histórica aos trabalhadores brasileiros. Chamamos o PSOL para encerrar quaisquer negociações com partidos de aluguel e partidos burgueses, como PSDC e REDE Sustentabilidade. Que venha conosco construir uma alternativa política de classe. Chamamos o PSOL a lutar por uma greve geral que derrube Temer e defenda os direitos da classe trabalhadora, emprego, terra, comida e soberania. Que façamos mobilizações de rua para desmascarar Temer como representante dos patrões e que imponha novas eleições gerais, para tirar todos eles, eleições limpas sem corruptos e sem empresários financiando a campanha. Por tudo isso, propomos ao PSOL de Mossoró e ao candidato a Prefeito que encabece a Frente de Esquerda Socialista os seguintes compromissos: 1. Que a Frente Socialista dos Trabalhadores de Mossoró se comprometa a governar junto com os trabalhadores e contra os grandes empresários e as oligarquias. 2. Que a Frente apresente durante a campanha uma política de derrubar o Governo Temer, com a proposta de “Fora Temer, Fora todos” e o chamado a novas eleições gerais com novas regras, sem participação de candidatos corruptos nem financiamento de campanha por empresários”. 3. Que a Frente não participe da campanha pela volta da Dilma ou por uma suposta “defesa da democracia”, pois ela governou para os banqueiros e grandes empresários, atacou os direitos dos trabalhadores. 4. Que a Frente se engajará no chamado a uma Greve Geral, promovendo a união de todos os sindicatos e centrais sindicais, em prol dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma da previdência, pelo emprego, pelo salario e pelos serviços sociais públicos e de qualidade. 5. Que a Frente priorizará, no governo, os investimentos em educação, saúde, transportes e segurança, serviços públicos estes que devem ser postos sob controle da população trabalhadora e usuária. 6. Que a Frente fará uma campanha em Defesa da Petrobrás 100% estatal, contra a venda dos campos terrestres, pela retomada dos investimentos no Nordeste e em todo o Brasil e pela readmissão de todos os demitidos. 7. Que a Frente, chegando ao governo, cobrará a Dívida Ativa que os grandes empresários têm com o Tesouro Municipal (dívidas de IPTU, ISS, etc). Caso estes grandes devedores não paguem suas dívidas num prazo breve, seus bens serão confiscados e devolvidos ao povo de Mossoró. 8. Que a Frente se compromete a governar apoiada em Conselhos Populares, colocando o poder diretamente nas mãos da classe trabalhadora, realizando eleições diretas de delegados eleitos nos bairros, sindicatos, associações culturais e movimentos sociais. Estes delegados eleitos serão revogáveis a qualquer momento pelos seus eleitores, caso não cumpram suas promessas de campanha. Esse conselho Popular votará sobre 100% do orçamento municipal, decidindo as principais obras e investimentos em serviços sociais para a população trabalhadora. O Prefeito e a Câmara dos Vereadores se comprometem a cumprir rigorosamente o que decida a população diretamente no Conselho Popular. 9. Que a Frente, caso eleita, encaminhará uma proposta para a Câmara dos Vereadores e ao Conselho Popular, um projeto de lei que estabeleça que o Prefeito, vice-prefeito e vereadores, assim como cargos de confiança da Prefeitura recebam um salário correspondente ao de uma professora ou de um operário especializado. A política não pode ser um meio de enriquecimento pessoal, como é hoje em todo o país. 10. Que a Frente se compromete em receber apenas contribuições dos trabalhadores, recusando toda contribuição de empresários e das oligarquias, já que este dinheiro sujo dos empresários é usado para corromper os políticos. 11. Que a Frente não fará alianças com partidos dos patrões (PSDC, PSDB, PMDB, PSD, PDT, PSB, REDE etc.) nem com o PT ou PCdoB, já que estes partidos governaram o Brasil nos últimos 13 anos, junto com as oligarquias, prejudicando a classe trabalhadora. Caso haja acordo com estas questões levantadas acima, ou com parte importante delas, propomos constituir uma Frente Socialista dos Trabalhadores em Mossoró para concorrer as eleições de outubro próximas entre o PSOL, PSTU e PCB e chamando a participação dos ativistas sociais que não são filiados a partidos políticos.