Apesar do discurso em defesa dos municípios, João Maia se alinha ao bolsonarismo na votação do retorno do voto de qualidade no Carf, que beneficiam prefeituras

João Maia não se manifestou sobre o que pensa do voto de qualidade do Carf (Foto: Michel Jesus)

Na votação na Câmara dos Deputados que aprovou o Projeto de Lei 2384 que devolve o voto de qualidade ao Governo Federal no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é possível saber quem votou contra ou a favor da proposta porque a votação do texto base foi simbólica.

Mas um dado chama atenção: o deputado federal João Maia (PL), cujo discurso de defesa dos municípios é a base de sua atuação política, se alinhou ao bolsonarismo na votação de destaques e requerimentos na sessão extraordinária da última sexta-feira.

Em parte das votações, o placar na bancada do Rio Grande do Norte foi de 5×3 com João Maia se juntando aos bolsonaristas General Girão e Sargento Gonçalves, ambos do PL.

De 11 votações, em três delas ele votou com o bolsonarismo e em outras duas se ausentou (requerimento de retirada de pauta e adiamento da votação). Outro que, apesar dos votos alinhados com a aprovação da matéria, também votou a favor do adiamento da votação foi Paulinho Freire (União Brasil), que também se colocada como defensor dos municípios.

Até 2020, o voto de qualidade garantia vantagem ao Estado em caso de empate no Carf com direito ao contribuinte de recorrer ao judiciário. O então presidente Jair Bolsonaro mudou para dar ganho ao contribuinte sem que o Estado possa recorrer à justiça, medida vista como benéfica aos sonegadores.

Segundo dados do Instituto Justiça Fiscal a volta do voto de qualidade no Carf, vai garantir ao Rio Grande do Norte R$ 2,4 bilhões vêm para o Rio Grande do Norte sendo R$ 1,3 bilhão para o Governo do Estado via Fundo de Participação dos Estados (FPE) e mais de R$ 1 bilhão para as prefeituras, via Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O Blog do Barreto entrou em contato com a assessoria do deputado para pedir um posicionamento, mas não recebeu uma manifestação oficial.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto