No ano passado este operário da informação ficou com os dedos calejados de escrever e rouco de falar que a Femurn estranhamente aceitava silenciosamente perder arrecadação com a medida eleitoreira do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de baixar artificialmente o ICMS dos combustíveis ao arrepio do pacto federativo estabelecido pela Constituição Federal.
Como 25% da arrecadação do ICMS é repassado aos municípios, houve um prejuízo enorme com a medida.
A Femurn não só se calou como o seu então presidente Babá Pereira (PL), prefeito de São Tomé, viu para crê na queda da arrecadação dando apoio a Bolsonaro.
A Femurn, como bem denunciou o Blog do Barreto, foi habilitada para receber recursos do orçamento secreto para distribuir R$ 43,205 milhões, beneficiando politicamente o então candidato ao Senado Rogério Marinho (PL).
Hoje a Femurn, sob o comando do prefeito de Lagoa Nova Luciano Santos (MDB), segue a mesma linha bolsonarizada da entidade. Não que não tenha razão em reclamar a parte das prefeituras na compensação pelas medidas eleitoreiras pagas pelo governo Lula (PT) nem nos outros pontos.
O problema é que houve um acordo firmado em ata na última quinta-feira em que todos os pontos da entidade foram atendidos. Ainda assim, o protesto “municipalista” foi mantido na porta da Governadoria na manhã de hoje.
É radicalismo político à moda bolsonarista com digitais de Rogério Marinho.
A lição dos movimentos sociais é que o protesto se faz necessário quando não se tem diálogo com o poder público. No caso em questão a Femurn até tem razão na cobrança, mas não na insistência no protesto porque houve diálogo seguido de acordo.
É só radicalismo político de quem se calou lá atrás quando não interessava brigar com o presidente.