Obrigado povo brasileiro

Foto: Miguel Schincariol / AFP

Por Ivanaldo Xavier*

Quando a democracia está em risco, na fila das instituições que primeiro são punidas e severamente castigadas, estão os órgãos de imprensa. É nesse momento que a mídia percebe que o “salve-se quem puder” não é a atitude mais lógica e que é preciso extrair do que ainda resta de democracia, a força da união para abater a “besta fera” que amedronta a todos. Não acho que deve existir um palanque de heróis, pois nesse momento até o povo que protestou nas ruas, na internet e de suas próprias varandas, são heróis.

Ao exaltar e distinguir uns, corremos o risco de esquecer de alguns e o próprio povo, que também se expôs ao risco de uma violência, será o primeiro esquecido. Devemos estimular nossa própria memória quando na busca pelos heróis nacionais, percebemos sempre, a ausência dos heróis negros e negras, das mulheres em geral, brancas, pardas, negras etc… e até podemos citar um exemplo recente com a troca do nome da autora da Lei Áurea pelo nome do imperador D. Pedro II, feita pelo governo de São Paulo.

O Brasil, aparentemente, não tem heróis populares, apenas as figuras oriundas das elites brancas.  Cobrar agradecimentos à Rede Globo, pelos serviços prestados a ela mesma, exaltando o seu nome, ou especificamente o do Jornal Nacional, pela defesa da “democracia” é estimular a amnésia doentia que assola nosso país.

Eu não direi obrigado Rede Globo, eu direi obrigado ao povo brasileiro, Eugênio Bucci, que mais uma vez escolheu a democracia.

*É jornalista e servidor aposentado da UERN.

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