O 31 DE março de 1964 do IFRN completa 4 anos: não podemos esquecer, por isso é importante não só lembrar, para que jamais se repita

Josué Moreira foi reitor ao arrepio da lei (Foto: autoria não identificada)

Por Tales Augusto*

O ano era 2020, em meio a pandemia, temerosos pelo vírus que tomava de conta do mundo, adveio outra doença dentro de uma instituição de ensino potiguar, um Golpe que todos que fizeram e fazem parte do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), jamais esqueceram e jamais devem esquecer.

Eduardo Galeano já nos lembrava que a “História é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será”. É muito provável que as pessoas normalizem o passado, o menospreze ou olhem para frente, priorizando só o que virá, o futuro. Contudo, o passado muito nos ensina e não faz tanto tempo o que o IFRN e todos que fazem ou fizeram parte da instituição sofreram durante meses uma intervenção Golpista.

Estava em casa, na noite e madrugada entre os dias 19 e 20 de abril (domingo para segunda) recebi uma mensagem de um amigo sobre a nomeação do Reitor do IFRN que um veículo de comunicação tinha divulgado, e para minha surpresa, não seria o eleito que iria assumir o cargo, mas um interventor, um Golpe em curso e que conseguiu assumir a reitoria da instituição. A pessoa nomeada, nem candidato foi entre os postulantes ao cargo, fora nomeado desrespeitando o pleito que elegera o professor José Arnóbio para Reitor do IFRN, a vontade popular, a Democracia sofreu um Golpe. Vale salientar que não existe lista tríplice como nas Universidades, os Institutos Federais têm como princípio o candidato mais votado é empossado no cargo.

Eu não votei no professor José Arnóbio, entretanto junto a outros tantos servidores e alunos nos indignamos, buscamos os meios legais e canais de comunicação para exigir a posse do Reitor Eleito. Entre abril e dezembro de 2020, foram ações diversas do interventor que incluiu agressões aos alunos em pleno Dia do Estudante. No decorrer daquele ano, as ações contra a Intervenção eram dificultadas pelas várias situações envolvidas, por vezes a justiça acatava e depois noutra instância recuava para que a Democracia fosse respeitada e só em dezembro, o candidato eleito, o professor José Arnóbio assumiu o cargo de Reitor do IFRN.

É preciso lembrar, jamais esquecer o dia 20 de abril de 2020, para que jamais se repita e que a Democracia seja sempre respeitada. Recordo ainda que encontrei o interventor certa vez e perguntei quando Arnóbio assumiria o cargo e ele sairia, ele me respondeu com desdém “vá descobrir, você não é historiador?”. E respondi, “você vai sair no tempo certo, agora a História vai saber quem você é…”

E soube, 8 meses depois da intervenção, o professor José Arnóbio assumiu o cargo e a Justiça foi feita!

*É professor efetivo concursado (EBTT) do IFRN, lotado no Campus Apodi, autor do livro História do RN para iniciantes, Mestre em Ciências Sociais e Humanas, poeta e prosador.

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