Allyson e Fátima enfrentam problemas parecidos, mas o prefeito é campeão de popularidade e a governadora está em baixa. O que explica?

Fátima tem aprovação em declínio e Allyson segue em alta (Fotomontagem: Blog do Barreto)

Buracos nas vias de sua responsabilidade, caos na saúde e tensões com o funcionalismo público são alguns dos problemas que o prefeito Allyson Bezerra (União) e a governadora Fátima Bezerra (PT) têm em comum.

Mas por que Allyson goza de popularidade na casa dos 80% de aprovação e a avaliação positiva de Fátima declina nas pesquisas?

Há uma série de fatores que explicam por que um vai bem, apesar dos passares, e a outra vai mal.

Deixo claro aqui que a popularidade de Allyson é desproporcional ao que ele entrega a sociedade. Sobre Fátima ela realmente está deixando a desejar neste segundo mandato.

Mas o que explica?

Primeiro ponto é que Allyson é um político jovem que sabe usar as redes sociais com maestria. Já Fátima padece do velho problema da esquerda na lida com a Internet.

Mas isso é insuficiente para explicar o fenômeno.

Há um fator ideológico. O fato de Fátima ser uma governadora do PT faz com que a classe média seja mais exigente com seu governo e é a classe média que forma a opinião pública. Allyson consegue simpatia até de setores da esquerda mesmo massacrando os servidores municipais.

Outro aspecto que casa com o parágrafo anterior é a mídia. A mídia, sobretudo em Natal, tem profunda antipatia pela governadora. Então seus erros são potencializados e os acertos minimizados. Já Allyson conta com amplo apoio midiático a ponto dos problemas da gestão serem abafados com eficiência.

Na semana passada o cientista político Daniel Menezes trouxe números que ajudam a explicar as dificuldades da governadora com a mídia. Ela tem um orçamento de R$ 20 milhões para 167 municípios enquanto o prefeito conta R$ 8 milhões para uma cidade de pouco mais de 260 mil habitantes.

A vantagem proporcional é exorbitante a favor de Allyson.

Outro ponto é que Fátima não costuma se esconder de problemas que envolvem o Governo Federal como a crise da BR 304. Já Allyson apareceu na história fazendo bravatas praticamente sem ser questionado pela mídia. A governadora assume o ônus enquanto o prefeito faz bravata mesmo sem dar conta dos problemas com a malha viária de Mossoró.

Em síntese: o prefeito tem maior domínio nas redes sociais e maior controle da narrativa na mídia. Daí problemas semelhantes terem efeitos diferentes na avaliação popular.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto