Jaime anuncia redução do próprio salário e diz estar prestes a receber prefeitura falida em São Gonçalo

Foto: Luh Cavalcanti / 98 FM

Portal 98 FM

O prefeito eleito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PSD), afirmou que vai assumir um “município falido” a partir de 1º de janeiro. Segundo ele, a gestão do prefeito Eraldo Paiva (PT), que está terminando, deixará uma despesa adicional de quase R$ 80 milhões por ano, que deverá ser arcada pela futura administração.

As declarações do prefeito eleito ocorreram em entrevista à 98 FM na noite desta terça-feira (17). Durante a entrevista, Jaime Calado reclamou ainda da falta de transparência durante o processo de transição.

“Com exceções de alguns setores, está sendo um diálogo de mudos. As respostas nunca são completas. Mas é isso mesmo. Dia 2 a gente começa a ver o que tem lá. Mas até agora, do que a gente sabe, eu posso dizer que o município está completamente falido”, afirmou Jaime Calado.

Ao detalhar a alta da despesa para 2025, o prefeito eleito disse que a atual gestão promoveu um “aumento estúpido” da folha de pagamento dos servidores, ao fazer uma ampla revisão de planos de carreira. Com isso, a folha teve um aumento de R$ 3 milhões por mês, o que vai representar um custo adicional de R$ 39 milhões por ano, considerando as 13 folhas. A alta representa um incremento de 25% na despesa. “É uma irresponsabilidade total”, declarou Jaime.

Além disso, o prefeito eleito declarou que a atual gestão de São Gonçalo do Amarante deixou de pagar parcelas de um empréstimo, totalizando uma nova despesa de pelo menos R$ 38,2 milhões por ano a partir de 2025.

Somando as duas despesas (R$ 39 milhões da folha e R$ 38,2 milhões do empréstimo), são R$ 77,2 milhões a serem quitados por ano pela nova gestão, além do custeio regular.

Redução

Por causa do cenário de dificuldade financeira, o prefeito eleito de São Gonçalo do Amarante afirmou que não vai nomear todos os cargos comissionados previstos em lei, assim como vai promover uma redução em contratos de terceirizados. Nos dois casos, a queda será de 20%.

“Não vou sacrificar a saúde e a educação. Nós vamos tomar uma série de medidas, porque eu acho que contrato é para ser cumprido. Não vou nomear no mínimo 20% dos cargos comissionados e no mínimo 20% dos terceirizados. Vou reduzir meu salário em 10%. Não vou exigir isso de ninguém, e também isso não resolve. Vou fazer esse gesto para as pessoas entenderem que a situação é muito grave”, afirmou o prefeito eleito.

Além disso, o prefeito eleito declarou que alguns secretários vão responder por mais de uma pasta, e citou o caso da Secretaria de Governo, que deverá ser ocupada pelo futuro titular da pasta do Planejamento.

 

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto