A impopularidade de Fátima é uma questão política e os números provam isso

Foto: Assecom/RN

Dando uma olha no material de divulgação da pesquisa do Um dado da pesquisa do Instituto Real Time Big Data percebi números que materializam uma percepção que tenho há bastante tempo: a impopularidade consolidada da governadora Fátima Bezerra (PT) é uma questão política.

A pesquisa mostrou que 65% desaprovam o governo Fátima, contra 29% aprovam. Já na avaliação qualitativa, 45% classificam a gestão como ruim ou péssima, 33% como regular e apenas 16% como ótima ou boa. Ainda assim, quando perguntados sobre o futuro, 39% desejam algum grau de continuidade, total ou parcial, enquanto 51% preferem mudanças profundas.

Agora vem o pulo do gato analítico: Fátima Bezerra foi apontada como a melhor entre os últimos governadores por 40% dos entrevistados.

Agora vem a explicação.

No Rio Grande do Norte existe um 1/3 do eleitorado que não é de esquerda nem de direita. Veja que 39% desejam algum grau de continuidade na administração estadual, um percentual bem próximo dos que consideram Fátima a melhor governadora dos últimos tempos.

Mas como ela tem só 29% de aprovação e só 16% consideram a gestão ótima/boa? Fátima perdeu o eleitor que considerada a gestão dela regular após uma intensa campanha de desconstrução que tornou a figura de Fátima suscetível a qualquer informação negativa.

Como há um ambiente desfavorável na mídia e a reação do governo costuma ser tímida tornou-se cômodo ser mais crítico com Fátima do que com os prefeitos, por exemplo.

O caso da mudança da Cosern no repasse dos impostos aos consumidores da energia solar é uma evidência disso.

A cobrança da taxa de iluminação pública foi bem maior que a do ICMS, mas só Fátima foi criticada. Foi só Fátima quem resolveu o problema e os prefeitos seguem sem serem incomodados.

O tempo e o desgaste formulam as dificuldades políticas de Fátima, mas a ausência de reação fez ela perder a disputa pelo eleitor de centro.

Falar de comunicação é fácil, mas a comunicação só funciona se a política fizer a parte dela.

Foi assim que o presidente Lula da Silva (PT) se recuperou de uma situação adversa.