A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta para investigar os contratos celebrados pela gestão da então governadora Rosalba Ciarlini (PP) foi suspensa com a aprovação de um requerimento cujo argumento é bastante frágil.
Lá pelas bandas da capital o assunto foi tratado de forma superficial. Como se fosse um gesto grandioso do deputado estadual Getúlio Rego (DEM) que apenas estava preocupado em garantir um melhor andamento dos trabalhos após a pandemia do novo coronavírus.
Nem parece que o líder do rosalbismo Carlos Augusto Rosado agiu pesado nos bastidores. Fala-se que ele se mudou para Natal nas últimas semanas para melar a CPI que atingiria em cheio a sua esposa nas vésperas das eleições previstas para outubro.
Foi uma verdadeira aula de articulação política. A auditoria apontou contratos suspeitos, operações de créditos danosas ao erário estadual e reforçou as investigações do Ministério Público e Polícia Federal que estão se debruçando sobre o tema.
Rosalba Ciarlini, hoje prefeita de Mossoró, fingiu que não tinha nada com a história. Não prestou qualquer esclarecimento. Nem parece que em 10 de dezembro a Operação Mão na Bola bateu as portas dos apartamentos dela em Mossoró e Natal.
Somente com ações nos bastidores e sem grandes desgastes Rosalba e o marido conseguiram barrar a CPI. Foi uma manobra politicamente perfeita.