A governadora Fátima Bezerra (PT) está sem adversários por acertos dela e em outros casos por incapacidade de seus adversários.
Fátima está pagando quatro folhas que estavam atrasadas, recuperou a normalidade fiscal do Estado e assiste a redução dos índices de violência (que ainda estão muito altos).
Outro ponto de iniciativa de Fátima foi atrair Carlos Eduardo Alves (PDT) para o seu palanque. O pedetista era o melhor e mais competitivo quadro da oposição, mas as lideranças não se empolgavam e ignoraram os recados dos eleitores nas pesquisas. Carlos era o segundo colocado e vai se entendendo com Fátima.
A oposição está alinhada a um presidente Bolsonaro desaprovado por mais de 60% dos potiguares, carrega o desgaste das reformas trabalhista e da previdência e as lembranças das gestões desastrosas de Robinson Faria e Rosalba Ciarlini.
Esse é o fato que não permitiu, por exemplo, que Benes Leocádio emplacasse como candidato ao Governo. Não bastava apenas ser o nome da oposição. Sem ter o que dizer ele simplesmente foi ignorado pelo eleitor.
Outro nome que não emplaca é o de Brenno Queiroga (SD). Mesmo sendo bom de entrevista ele não passou confiança ao eleitor seguindo o estilo histriônico do líder de seu grupo político, o deputado estadual Kelps Lima.
A solução poderia ser o prefeito do Natal Álvaro Dias (PSDB), mas este tem objetivos mais modestos: eleger o filho deputado estadual e para isso precisa seguir no cargo.
O nome mais forte, por ora, é o do senador Styvenson Valentim (Podemos), mas ninguém quer papo com ele e vice e versa. O parlamentar ainda não definiu se vai ou não disputar o Governo.
Seu discurso não consegui ir além da surrada pregação contra a corrupção.
Não basta esculhambar Fátima tentando desqualificar acertos como botar a folha em dia. A oposição precisa ter o que dizer e parece não ter a menor noção de onde encontrar o motivo para 40% dos potiguares não aprovarem a atual gestão.
A eleição não está clara se é mudança ou continuidade, mas a saga da oposição não é só pela busca de um nome, mas o de alguém que traga credibilidade e tenha o que dizer.
Até aqui ninguém juntou as duas credenciais.