A treta de Styvenson com a irmã e o limite da máxima da “mulher de César”

Senador reage e expõe irmã em nome da moralidade (Foto: reprodução)

O senador Styvenson Valentim (PODE) descobriu que o nome a irmã dele estava no cadastro do auxílio emergencial do Governo Federal. O assunto poderia ser tratado como um escândalo na mídia potiguar, mas o parlamentar se antecipou.

Ele fez um vídeo ao vivo nas redes sociais exibindo a lavagem de roupa suja familiar. Expôs a irmã e a mãe numa cena constrangedora.

Monitoramos a repercussão do vídeo no submundo dos grupos WhatsApp. As interpretações variaram entre o “teatro” e a de que “ele fez certo”. O curioso é que a avaliação mais crítica foi de pessoas à direita. Faz sentido, os conservadores costumam ser mais céticos.

Assista o vídeo abaixo e depois voltamos ao assunto.

Existe uma máxima milenar de que “a mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. O senador seguiu a máxima à risca para passar a imagem de transparência e de que não tolera corrupção, o que sequer era o caso. Explico: a irmã de Styvenson está desempregada e conta com a ajuda dele para sobreviver. Ela tinha direito ao auxílio mesmo sendo irmã de um político.

O problema seria de fácil resolutividade midiática.

Do ponto de vista do gerenciamento de crises podemos dizer que Styvenson fez a coisa certa do jeito errado.

Como assim?

Foi um acerto ao se antecipar a um possível escândalo. Quando se age assim a figura pública passa a ter o controle da informação. O problema é menos de forma e mais de conteúdo. Bastava após acordar com a irmã de gravar um vídeo dizendo como descobriu que ela recebia auxílio emergencial, explicar que por mais que ele estivesse desempregada é irmã de um senador e que o senador vai ajudar ela a devolver o dinheiro.

Pronto!

O senador sabe que quem adota o discurso da moralidade extrema só precisa de uma filigrana para ser desmoralizado. Só precisa aperfeiçoar a metodologia, talvez tenha faltando experiência. A estratégia dividiu opiniões.

Imprensa

O senador sentou a pua na imprensa potiguar. Disse que todo mundo é comprado e que ele não dá dinheiro a jornalista. Pois foi essa mesma mídia “vendida” fez ele ficar conhecido em todo o Rio Grande do Norte a ponto de ser eleito senador sem usar fundo eleitoral nem horário de rádio e TV.

Styvenson deveria entender, e viveu isso na prática, que espaço na imprensa não depende exclusivamente de dinheiro, mas também de relacionamento e realizações.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto