Ao todo, 24 pessoas em situação de rua ocupavam ontem, 17, o Abrigo Social Provisório, aberto no dia 7 de abril. São homens e mulheres que, sem lugar para morar, estão enfrentando a pandemia do novo coronavírus nas dependências da Escola Municipal Leôncio José de Santana, local escolhido pela Prefeitura de Mossoró para sediar o Abrigo.
O número de albergados pode variar de um dia para o outro, pois alguns acabam saindo e outros entram, como informa a assistente social e coordenadora do local, Valéria Samanta. A faixa etária dos abrigados presentes no momento vai dos 27 aos 54 anos de idade e a grande maioria do público é composta por homens, são 20. As mulheres somam quatro, situação que reflete a realidade das ruas.
A coordenadora explica que isso é observado ao longo dos anos de acompanhamento do Serviço Especializado de Abordagem Social, um serviço desenvolvimento pelo CREAS, que atua nas ruas da cidade, no período da noite. Durante as abordagens, a assistente conta que o número de homens é sempre maior que o de mulheres.
De acordo com Valéria Samanta, o Abrigo possui capacidade para receber até 60 pessoas. Ela afirma que, para entrar no local, as pessoas foram sensibilizadas desde o dia 23 de março, quando a Secretaria de Desenvolvimento Social iniciou o trabalho com a complementação alimentar.
“Após esse momento, eles se apresentaram no Abrigo de forma voluntária. É feito um cadastro, recebem o kit do abrigo e são alojados. Os médicos avaliam se é necessário isolar ou não. Caso seja isolado, temos um espaço para isso. Eles têm café, almoço, lanche, janta e lanche da noite. Temos TV e jogos para o entretenimento. Realizamos reuniões todos os dias, para reforçar as regras de convivência e fazer uma escuta de como eles estão dentro do espaço”, afirma a coordenadora.
Segundo ela, diariamente também é feito um trabalho de sensibilização para que os albergados permaneçam no local e uma vez que concordam em ficar, eles não podem sair para atividades externas. “Exatamente, buscamos falar com os abrigos provisórios de Natal e buscamos orientações da OMS e Ministério da Saúde. E ao saírem, de forma voluntária, eles não podem retornar para não comprometerem os demais. No entanto, o consultório na rua continua dando assistência e a Secretaria de Desenvolvimento, através do CREAS, realiza o cadastro para que eles tenham, café da manhã, almoço e jantar pelo restaurante popular”, afirma Valéria.
A coordenadora informa que, para manter as atividades no Abrigo são duas coordenações diretas, seis equipes diurnas e seis profissionais distribuídas entre almoxarifado local, limpeza do espaço, cozinha e portaria. A equipe noturna conta com seis profissionais que fazem as rondas nas ruas e dão suporte ao abrigo, além de guardas que atuam durante o dia e à noite. Há ainda a equipe da residência, do consultório de rua e profissionais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
“Os médicos estão indo praticamente todos os dias. Quando necessário, chamamos a SAMU para apoio. A equipe diurna dá o suporte em toda dinâmica da convivência. Tentamos, dentro do possível, viabilizar documentos, entrar em contato com familiares, auxiliar no cadastro de benefícios. Existe um trabalho integrado, entre Desenvolvimento Social, Saúde, Educação e Segurança Pública”, comenta.
Com relação às suspeitas de coronavírus, a coordenadora diz que algumas pessoas estiveram isoladas por estarem gripadas e terem febre, mas ontem, 17, o único paciente que estava em isolamento foi liberado ontem, 17.