Acordões na política potiguar já venceram e perderam

Um dos temas recorrentes nessa campanha será o chamado acordão. A união dos Rosado está sendo vista assim pelos adversários da ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP).

Nos últimos anos os acordões resultaram em derrotas. Foi assim com Henrique Alves em 2014 e com Fátima Bezerra em 2008, quando ela disputou a Prefeitura de Natal.

Mas o que se configuraria num acordão? Do ponto de vista prático poderemos afirmar que é a união de adversários históricos em torno de um projeto de poder.

Há casos em que o povo rejeita. Outros é bem recebido. Tudo depende de como a questão é tratada por adversários e envolvidos.

O primeiro grande acordão da política potiguar aconteceu em 1978 quando Aluízio Alves, cassada pela ditadura militar, se juntou aos aliados do regime para eleger Jessé Freire na chamada “paz pública”. A união entre Alves e Maia reunia adversários históricos e garantia a eleição de Jessé Freire ao Senado.

Outro entendimento tratado como acordão foi a aproximação entre Alves e Rosado num processo que durou cinco anos. O sucesso eleitoral foi alcançado no pleito de 1986.

Em 1990 o então casal Lavosier Maia/Wilma de Faria rompeu com José Agripino e fechou aliança com os Alves. Lavoisier Maia disputou o governo e terminou derrotado por Agripino, mas a aliança levou Garibaldi Filho a se eleger senador pela primeira vez.

Em 1998, Geraldo Melo e José Agripino deixaram de ser adversários e se uniram contra Garibaldi que tentava a reeleição. O governador terminou se reelegenda impondo a única derrota da carreira política de Agripino.

Em 1999, após idas e vindas Wilma de Faria, se aliou aos Alves e se reelegeu facilmente prefeita de Natal.

Na década de 2000 o acordão que mudou os rumos da política potiguar começou a ser costurado em 2004 quando Alves e Maia se uniram em torno de Luiz Almir no segundo turno contra Carlos Eduardo na disputa pela Prefeitura de Natal. A aliança terminou derrotada, mas a semente foi plantada para 2006 quando Alves e Maia voltaram a se unir em torno da candidatura de Garibaldi ao governo tendo Ney Lopes indicado vice e Rosalba Ciarlini eleita senadora.

O acordão resultou na derrota de Garibaldi, mas o revés foi parcial graças a vitória de Rosalba que se tornou a primeira mulher senadora do Rio Grande do Norte.

Em 2010 a vitória foi completa com Garibaldi e Agripino se reelegendo senadores e Rosalba chegando ao Governo do Estado.

No saldo os acordões resultam em mais vitórias que derrotas no Rio Grande do Norte. Cada eleição tem uma vida própria, a sua dinâmica. Resta saber como a união dos Rosado será explorada tanto do ponto de vista dos neo-aliados como dos adversários. Quem conseguir encaixar melhor o discurso leva a melhor.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto