Era para ser uma reunião de rotina para aparar as arestas entre a Prefeitura de Mossoró e a Caern que enfrentam um litígio judicial por causa de um dívida milionária do município que acumula mais de R$ 100 milhões em contas atrasadas.
Mas o prefeito Allyson Bezerra (União) achou que seria uma boa ideia tornar público que ele agiu como um deputado estadual de oposição que estava cobrando a retomada do abastecimento d’água em Mossoró.
Um parêntese: ninguém aqui é louco de passar pano para a crise hídrica que a cidade enfrenta, mas o foco do texto é mostrar o erro na estratégia do prefeito.
Logo em seguida os vereadores governistas elevaram o tom contra a Caern.
O que não se sabia era que por trás disso tudo estava um gesto mesquinho de Allyson que recusou a cessão de um terreno necessário para a passagem da adutora Apodi Mossoró, uma obra de mais de R$ 100 milhões que visa resolver o problema de abastecimento d’água da cidade, hoje muito dependente de poços.
Allyson usou uma desculpa insana: a de que sofre perseguição política para recusar uma parceria que levaria água para a casa dos mossoroenses. Por questões pessoais, ele acha que pode prejudicar o povo.
E o pior que o argumento dele não para em pé. A CAERN moveu 77 ações contra municípios potiguares, entre eles o de Afonso Bezerra, administrada pelo petista Neto de Zoraeide. Só dez escolheram não negociar, entre eles Mossoró.
Ao tentar fazer proselitismo político do encontro jogando a Caern nas cordas, Allyson obrigou o presidente da estatal Roberto Sérgio Linhares a reagir. Ele deu uma entrevista ao Foro de Moscow ontem que é um verdadeiro xeque-mate no prefeito por revelar que a picuinha de Allyson está travando a chegada da água da adutora.
A ação do prefeito provocou uma reação do presidente da Caern.
Allyson perde a chance de ser sócio de uma conquista por optar pela aposta no caos do abastecimento d’água apenas para prejudicar os adversários do PT. Escolhe o confronto em vez da parceria administrativa em um ano não eleitoral, prefere a controvérsia em vez da conciliação e a mesquinhez no lugar do republicanismo.
O prefeito se achou mais esperto que a esperteza e desta vez tomou um xeque-mate, ficando com a pecha de quem está travando a chegada da água em Mossoró.