Allyson muda discurso e usa história inverossímil para afirmar que PLC 17/2023 “ataca privilégios”

Allyson afirma que só esse ano um servidor pediu 465 dias de licença (Foto: reprodução)

O prefeito Allyson Bezerra (SD) mudou o discurso em relação ao Projeto de Lei Complementar 17/2023 e agora adota a estratégia de dizer que está combatendo privilégios de servidores que usam artifícios para receber sem trabalhar.

Em vídeo divulgado pelo Blog da jornalista Carol Ribeiro, Allyson cita uma história inverossímil de um servidor que está enfileirando licenças médicas desde o início deste ano.

“Servidor do município, que não vou dizer aqui o nome, ele pediu licença esse ano, certo, para ele de 45 dias, depois mais 120 dias, depois mais 120 dias, depois mais 60 dias e depois mais 30 dias. Ele, não satisfeito, pediu mais 90 para tratamento de pessoa da família porque sabe que não passa na junta”, relatou.

Somando os pedidos de licença dá 465 dias sem trabalhar. Para pedir o afastamento é necessário que o anterior tenha encerrado o prazo. Hoje, 17 de junho, estamos no 168º dia de 2023. A conta não fecha.

Ainda no vídeo o prefeito compara a situação com a de um trabalhador do comércio. “Será que dá para dizer para o servidor do comércio que está a essa hora levando sol trabalhando que é justo?”, questionou.

Ele alegou ainda que não é justo com os demais servidores que alguém tire tantas licenças remuneradas. “Como vou dizer ao ASG e ao gari do município que eu não posso aumentar o salário deles porque tem servidor que faz isso aqui?”, indagou.

Outra inverossimilhança na fala do prefeito é que o servidor enfileira atestados para fugir da junta médica. O problema é que na regra atual qualquer licença acima de 15 dias passa pela própria junta médica.

O PLC 17/2023 é criticado pelos sindicatos dentre outras coisas porque reduz de 15 dias para três o prazo para licença médica sem necessidade de passar por uma junta médica. Também reduz de 90 para 60 dias a licença remunerada para cuidar de familiares doentes.

Glossário: inverossimilhança é, conforme definição do dicionário Michaelis, algo “inacreditável”, “improvável” e o contrário da “verossimilhança”, que é “plausível”, “admissível”, “aceitável” e “acreditável”. Na literatura a verossimilhança é uma condição de harmonia dos fatos narrados. Histórias ruins pecam por serem inverossímeis.

Confira o vídeo:

 

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto