Análise: Allyson chama adversário para a polarização

Allyson dá um tempo na campanha para criar briga jurídica com estratégia política (Foto: redes sociais/Allyson Bezerra)

Do ponto de vista jurídico a ação (saiba mais AQUI) do prefeito Allyson Bezerra (UB) impugnando a candidatura de Lawrence Amorim (PSDB) é frágil porque ele já tem o nada consta do Tribunal de Contas da União (TCU), inclusive já anexado no registro na Justiça Eleitoral.

Do ponto de vista político, em tese, faz menos sentido ainda. Allyson lidera todas as pesquisas com folga e Lawrence é um candidato em busca de um fato novo para sair do fosso que o separa do burgomestre.

No “beabá” da política restaria a Allyson “cozinhar” a campanha até 6 de outubro e iniciar o processo de candidatura a governador em 2026 no dia seguinte.

Mas o prefeito decidiu chamar Lawrence para briga. No controle da situação, ele decidiu escolher quem terá a chance de polarizar com ele.

O que explica a escolha?

O outro candidato com estrutura é Genivan Vale (PL), que tenta emplacar o “bolsonarismo moderado” em Mossoró. Parêntese: não existe moderação numa seita extremista.

Allyson sabe que o eleitor bolsonarista o venera sem precisar falar as barbaridades que o ex-presidente fala nem usar a religião evangélica para fazer proselitismo político como pastores célebres costumam fazer.

Frise-se que o prefeito detesta o PT, a esquerda e qualquer movimento progressista embora tenha muitos votos neste eleitorado justamente por não dizer barbaridades em entrevistas.

Como o eleitor bolsonarista é mais fiel ao líder da seita, Allyson atua para fidelizar o eleitor de Bolsonaro e evitar que Genivan cresça sem precisar brigar com este adversário. Basta chamar quem tem o apoio do PT para a briga que é suficiente para assanhar o eleitor engajado do bolsonarismo.

De quebra ele antecipa o debate para 2026, quando pretende atuar como o “antiFátima” (em alusão a governadora) daí escolher o candidato apoiado pela governadora para chamar para a polarização.

Lawrence sabe disso, mas sabe também que ganhou uma chance de ouro para crescer se souber ajustar o discurso.

A ação de Allyson é frágil juridicamente, mas politicamente é uma tentativa de manejar o processo para não correr risco de sofrer uma queda vertiginosa nas pesquisas.

Apesar de compreender a jogada, considero desnecessária e até mesmo burra. Mas quem tem 70% de intenções de votos e uma aprovação que orbita a casa dos 80% acha que tudo que faz é genial.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto