Ninguém diz que não existe e os próprios sindicalistas reconhecem que há pelegos, gente que faz do sindicalismo uma profissão e que tem sindicatos que não representam ninguém.
Por sinal este é um problema que existe também nos sindicatos patronais que, em alguns casos, se tornam refúgios de empresários fracassados.
Certo? Certo.
Mas de onde vem tanto ódio aos sindicatos laborais? Nunca vi um empresário criticar as práticas dos seus sindicatos por mais defeitos que eles tenham. Mas vez por vejo um trabalhador detonar os sindicatos tratando-os como antros de vagabundos/ladrões.
Bem lembra o sociólogo Jessé de Souza que conceitua a figura do pobre de direita que se associa ao discurso do patrão para se sentir parte da elite.
Esse alinhamento é alienante e enfraquece as suas próprias condições de trabalho.
A atuação do sindicalista é representar os interesses das suas respectivas categorias. As decisões não são tomadas de forma unilaterais, mas por meio de assembleias. Já vi a proposta do presidente ser derrotada por decisão da categoria várias vezes.
Todo mundo já precisou de um sindicato alguma vez na vida. Quem não precisou um dia vai precisar.
O ódio aos sindicatos é a vitória da desinformação dos memes de cunho reacionário que circulam nos grupos de Whatsapp.
Sindicatos fortes são garantias de conquistas para os trabalhadores. Quando são fracos o trabalhador é quem perde. Se não fossem os sindicatos conquistas como horas extras, carga horária de 40 horas semanais, férias remuneradas, 13º salário ou licença-maternidade seriam miragens.
Reajustes anuais resultam das negociações entre sindicatos e patrões. Se você não tem reajuste anual e vive com o mesmo salário há anos é porque sua categoria não tem uma representação sindical forte.
Não, o sindicalismo não é perfeito.
Mas daí a existir trabalhador que reproduz o discurso do patrão contra os sindicatos laborais é a vitória da estupidez alienante.
Dentro da política a alienação pode ser encarada como a falta de capacidade do indivíduo de pensar e agir por si próprio. Neste caso, a estupidez alienante reside na escolha de reproduzir o discurso contra quem protege seus direitos.
Sem sindicatos o mundo seria muito pior.
