Um dos trunfos do prefeito Allyson Bezerra (UB) para construir a falsa narrativa de que ele sofre perseguição é o arquivamento do Ministério Público Federal (MPF) a respeito da investigação sobre a reforma da Praça do Basquete, no Conjunto Santa Delmira.
Mas o arquivamento se deu graças a uma série de informações que foram omitidas ao procurador regional da República Francisco de Assi Marinho Filho.
A defesa de Allyson e a construtora WSC argumentaram que a obra não estava 80% como alegava a denúncia do construtor Francisco Erinaldo da Silva concluída e que por deterioração foi preciso refazer tudo e que os custos ficaram mais altos por causa da pandemia de covid-19.
Mas o procurador não dispunha de áudios e informações que o Blog do Barreto conseguiu, o que revira pelo avesso as versões de que tudo aconteceu em um contexto de normalidade.
A partir de agora você vai ouvir diálogos e gravações que desmontam a tese que levou as investigações para o arquivamento no MPF. É preciso lembrar que o Ministério Público Estado não encerrou o caso da Praça do Basquete e segue averiguando com autorização do desembargado Cornélio Alves.
Além disso, o MPF não se aprofundou sobre o porquê de obra ser tocada por um terceiro que não participou da licitação.
Essa conversa que você vai ouvir a seguir traz o secretário municipal de infraestrutura Rodrigo Lima pressionando o empresário Luiz Augusto, dono a Ochta, a fazer a obra da Praça do Basquete com ou sem Erinaldo, numa demonstração de que ele sabia da subcontratação que se configura numa fraude as licitações.
Nesse outro áudio, Luiz Augusto repassa a conversa que teve com Francisco Erinaldo da Silva, o dono da construtora subcontratada, de forma irregular. Eles falam sobre a falta de pagamentos que resultaram no atraso da obra. A retomada estava condicionada ao reequilíbrio da obra e o reajuste.
Erinaldo condiciona a retomada da obra ao pagamento e diz que sem isso a “cobra vai fumar”.
Os áudios provam que houve fraudes na licitação com conhecimento do secretário porque a obra deveria ser executada pela Ochta Engenharia e não por Erinaldo, que não participou de qualquer licitação.
Ele estava realizando as obras sem estar legalmente habilitado para isso.
No dia em que a WSC assumiu a obra, Erinaldo gravou a retirada dos equipamentos dele. Ele mostra que a obra estava bastante avançada, ao contrário do que foi informado ao MPF.
Em outro vídeo, Erinaldo mostra que os equipamentos estavam comprados e que só não foram colocados porque a gestão de Allyson não fez os pagamentos. Ele conta ainda que houve um distrato com dívidas em aberto. Em outro trecho do vídeo Erinaldo conta que a obra era inicialmente orçada em R$ 1,1 milhão e que seria reiniciada com R$ 1,050 milhão.
O empresário conta que participou da licitação oferecendo 13% de desconto e a WSC, que assumiu a obra, deu apenas 7%.
Confira o vídeo.
Os vídeos e áudios mostram que o impasse em torno dos pagamentos, cuja causa o MPRN está investigado, provocou os atrasos. O MPF se contentou com as explicações dadas sem adentrar na origem do que teria levado a obra a ficar deteriorada.