Um caso inusitado chamou a atenção e ganhou as manchetes do Rio Grande do Norte hoje( 10). A reportagem da Revista Piauí, assinada pela jornalista Allan de Abreu, desvelou a história do austríaco Werner Rydl, que atualmente vive em uma casa alugada por R$ 450 mensais na praia de Ponta do Mel, município de Areia Branca. Ele declarou à Receita Federal um patrimônio de quase R$ 100 bilhões.
O valor impressiona não apenas pelo montante, mas pelas circunstâncias em que foi registrado. Segundo a reportagem, o estrangeiro alegou que parte dessa fortuna estaria relacionada a ouro submerso na costa potiguar, embora não haja comprovação da existência desse recurso
“Seagarland? “É um micropaís sem povo”, diz. Ele conta que o lugar foi criado em 2014 e fica a 90 km da costa brasileira (portanto, em águas internacionais). O nome é um acrônimo de três palavras inglesas: sea (mar), cigar (charuto) e land (terra). Segundo Rydl, o “micropaís” é constituído por um barco flutuante, capaz de submergir, e por um grande depósito de cápsulas com todo o ouro, enterradas no fundo do oceano”, destaca a reportagem de Allan.
Complicações com a justiça no passado
Por mais inverossímil que as histórias contadas por Werner Rydl pareçam, ele tem um passado complicado judicialmente, inclusive com acusações de contrabando ilegal de ouro.
O Austríaco foi mencionado por presos investigados por contrabando de ouro para os Estados Unidos. Segundo os acusados, os 35 quilos apreendidos teriam sido adquiridos diretamente com ele. Em outro episódio, Rydl tentou transformar 27 toneladas de ouro em títulos mobiliários em uma casa de câmbio em São Paulo, mas teve o pedido negado. Em uma tentativa anterior, também frustrada, tentou exportar 120 toneladas do metal para os EUA.
Ainda segundo a reportagem, Werner Rydl responde a pelo menos sete processos no Brasil relacionados a transações financeiras suspeitas. Ele já foi condenado, cumpriu pena na Papuda, foi extraditado, concluiu a sentença no exterior e retornou ao Brasil, onde voltou a ser alvo de investigações.
“Nesse período em que Rydl começou a declarar quantidades superlativas de ouro à Receita, o austríaco estava preso na Papuda, aguardando extradição. Para a pf, isso reforça a suspeita de que ele aprendeu na penitenciária de Brasília a declarar qualquer quantia de ouro sem pagar um centavo de imposto, uma vez que a Receita só tributa renda ou ganho de capital, enquanto o ouro é um bem imobilizado, como um imóvel, e não gera imposto de renda”, diz o texto publicado na Piauí.
