Ele não vive batendo na governadora Fátima Bezerra (PT) e vez por outra até sinaliza a possibilidade de fechar uma aliança com ela.
Então por que a maior fatia do eleitorado que vota na oposição prefere Carlos Eduardo Alves (PDT)?
A palavra inglesa recall talvez explique.
A palavra recall na língua inglesa significa o equivalente em português a algo como devolução de um produto ou lote inteiro de uma fabricação (inclusive ela também é usada no Brasil neste sentido), mas na ciência política a palavra ganha outro significado.
Nos EUA existe o instituto do recall eleitoral em que a população pode ser chamada a decidir se um governante deve continuar no cargo, uma espécie de impeachment em que o povo decide diretamente. Inclusive em setembro a Califórnia votou um para decidir se o governador Gavin Newsom deveria seguir no cargo, ocasião em que ele saiu vitorioso.
Mas no caso de Carlos Eduardo Alves a palavra recall é aplicada em outro sentido da ciência política: o da lembrança. Ele já foi prefeito de Natal quatro vezes e nas eleições de 2018 chegou ao segundo turno sendo derrotado por Fátima.
Carlos acabou sendo especulado para Governo e Senado e aparecendo bem em todas as sondagens.
Enquanto os ministros bolsonaristas Rogério Marinho e Fábio Faria se engalfinham numa guerra de “fogo amigo” e o senador Styvenson Valentim (PODEMOS) tropeça nas próprias palavras, Carlos Eduardo que mal aparece na mídia vai se mantendo em segundo lugar em todas as pesquisas e chega a ficar na frente de Fátima dentro da margem de erro em algumas simulações de segundo turno.
Pesa contra Carlos o isolamento político. Ele não tem um grupo político recheado de prefeitos, deputados e vereadores.
Ainda assim pela força do recall ele se consolida no segundo lugar.