Hoje se encerra o mandato do deputado federal Beto Rosado (PP). Ao longo de quatro anos ele se sustentou no cargo por meio de manobras judiciais e liminares sem um desfecho do “Caso Kerinho”.
Para recordar: nas eleições de 2018 Fernando Mineiro (PT) foi eleito deputado federal. No entanto, foi descoberto que se Kerinho, então no PDT, tivesse seus 8.990 votos validados a vaga ficaria com Beto.
Daí se iniciou uma novela.
Kerinho, que não conseguiu comprovar a quitação eleitoral e ignorou duas intimações para esclarecer a situação, teve o registro indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A sentença foi mantida em decisão monocrática do então ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Jorge Mussi.
Mas aí tudo mudou quando Beto passou a ter interesse na validação dos votos de Kerinho. Entraram bons e influentes advogados em Brasília. Mussi mudou de ideia e decidiu reabrir o processo e procurar os sete documentos que faltavam Kerinho entregar. Acharam seis, faltava a quitação eleitoral necessária para quem possuía pendências de multas em eleições passadas.
Mesmo sem a quitação eleitoral, Mussi concedeu uma liminar e garantiu a diplomação de Beto. Em junho de 2019, o caso foi ao plenário que mandou o TRE rejulgar o registro de candidatura de Kerinho.
O processo demorou quase um ano para chegar ao TRE que só concluiu o processo há exatamente dois anos (31 de janeiro de 2021) com a rejeição do registro. Mineiro chegou a ser diplomado pelo TRE e quando estava a caminho de Brasília houve uma nova manobra jurídica.
Desta vez o ministro Luiz Felipe Salomão deferiu liminar mantendo Beto no cargo. A liminar foi mantida no pleno meses depois. Sem que o mérito fosse julgado pela corte o mandato de Beto foi se arrastando até hoje, último dia em que vigora.
Ironias do destino, Beto não conseguiu a reeleição e Mineiro amanhã toma posse como deputado federal. Kerinho segue fazendo política agora no PP, de Beto.