A Câmara Municipal decidiu não retomar os trabalhos na primeira terça-feira após o dia 15 de fevereiro (dia 20 este ano) como prevê o Regimento Interno da casa. Foi uma decisão política que na prática adiou em uma semana o retorno das atividades em plenário.
Pelo Regimento Interno deveria ser assim, mas a moralidade exige que a casa reveja essa regra e tenha sessões a parir do dia 1º de fevereiro, como já faz o Congresso Nacional, por exemplo.
Mas o que aconteceu? A Câmara empurrou para 28 de fevereiro porque a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) viajou de férias, um direito de todo cidadão, mas fez questão de fazer a leitura da mensagem anual que nada mais é do que um balanço do ano anterior e exposições dos planos para o ano em exercício. Algo protocolar que a vice-prefeita Nayara Gadelha (PP), poderia fazer como substituta constitucional e pessoa alfabetizada que é.
Ao optar por atender ao capricho palaciano a Câmara Municipal de Mossoró faz jus ao apelido de “secretaria de assuntos legislativos” dado pelo decano do jornalismo local Emery Costa em alusão ao comportamento subserviente ao executivo.
Outro estereótipo nada agradável aos que ocupam o Palácio Rodolfo Fernandes é o do “vereador que não trabalha”. Os parlamentares ao cederem aos caprichos da prefeita ficaram com mais um tempinho de folga.
Resumindo: por mais que se diga “que não é bem assim” a Câmara mostrou-se subserviente e indolente aos olhos do cada vez mais exigente cidadão.