Categorias
Reportagem

Mãe atípica encontra em Serra do Mel a estrutura negada ao filho em Mossoró

Numa manhã de domingo, em janeiro de 2024, a eletrotécnica Tayres Braga, foi visitar uma amiga na cidade de Serra do Mel.

Mal sabia ela quando saiu de casa, que numa conversa aleatória encontraria a solução para o problema que lhe atormentava há dois anos: encontrar condições dignas para educação do filho autista.

Uma situação que lhe gerou dívidas e sucessivas crises de depressão.

Na conversa, Tayres ouviu que a Prefeitura de Serra do Mel garantia o atendimento digno para as crianças atípicas com profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, psicomotricidade e natação. Além de buscar as crianças na porta de casa, com transporte gratuito.

Foi assim que Tayres, que também tem curso superior em segurança no trabalho, abandonou a carreira em Mossoró para viver como agricultora em Serra do Mel com o objetivo de garantir uma vida digna para o filho, que atualmente tem sete anos.

“Foi terrível ver meu filho só piorando e regredindo. Quando consegui a fono, ela saiu do CER, a psicóloga saiu do mesmo jeito e mais a gente saiu porque não tinha transporte para ir. Era altamente distante aí eu passei por uma nova depressão e quando fui falar com as pessoas só levava não”, conta.

Sim, durante dois anos essa foi a rotina de Tayres em Mossoró. Até ao judiciário ela precisou recorrer para matricular o filho na Rede Municipal de Ensino. Foram várias viagens perdidas as secretarias de educação e saúde, sem conseguir uma solução definitiva.

Tayres conta que conviveu com a situação insana de encontrar a vaga para o filho e ela sumir quando relatava que se tratava de uma criança autista. Para ter a oportunidade de estudar perto de caso foi necessário recorrer ao judiciário. “Só consegui a vaga na escola próximo de casa via judicial após um bom tempo porque só tinha vaga em escolas em lugares como o Abolição e eu morando no Alto São Manoel, mas só consegui porque o MP obrigou,”, conta.

A mesma celeridade não aconteceu com os tratamentos, o que obrigava ela a pagar um plano de saúde sobrevivendo do Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Os tratamentos só saíram depois que já morava aqui em Serra do Mel, após uns dois ou mais anos de espera. Imagina esse tempo sem fono, psicólogo e psicomotricidade que ele faz aqui. Nada disso existia no meu tempo em Mossoró”, relata.

Atualmente o único apoio para o filho de Tayres em Mossoró é encontrado na Apae onde ele faz natação em um projeto em parceria com a Uern. O garoto também pratica esse esporte no Centro Especializado em Reabilitação (CER) de Serra do Mel.

“Eu só tenho a agradecer tanto a antiga gestão de serra do mel quanto a atual”, afirma. “Uma cidade bem menor e acerta mais mesmo com menos verbas que Mossoró. Aqui até a medicação você consegue com menos burocracia e nunca falta”, complementa.

Marketing

Allyson fez marketing com a imagem de Tayres (Foto: reprodução)

Uma das histórias que mais entristece Tayres foi o encontro que ela teve com o prefeito Allyson Bezerra (UB). Ela conta que fez uma cobrança e ele disse que iria resolver. Os dois tiraram uma foto que foi usada nos stories do burgomestre em uma postagem sobre colocação de asfalto em 27 de maio de 2023.

A conversa não era ela agradecendo, mas cobrando por condições dignas para o filho estudar. “Se aproveitou da minha imagem e ainda postou minha foto, mas não conseguiu nada pro meu filho novamente sobre as terapias”, relata.

Tayres chegou a conversar aos prantos com a então secretária municipal de saúde Morgana Dantas, que atualmente está como adjunta no desenvolvimento social. “Eu fui na secretaria de saúde. Eu chorei horrores, desesperada, tive depressão, quis morrer, aí Morgana conseguiu o neuro depois de muito tempo”, relata.

Mas a solução não foi definitiva, o que levou ela a mudar de cidade e de vida.

Hoje Tayres encontrou a paz necessária para criar o filho com a dignidade que ele merece.

Categorias
Reportagem

Diretor da Funpec contrata amigo sem processo seletivo com salário de R$ 15 mil

O diretor geral da Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec) Aldo Aloisio Dantas da Silva contratou sem realização de processo seletivo o amigo de longa data Francisco Peres Pinheiro Junior para trabalhar na entidade com serviços de consultoria.

Aldo também contratou nas mesmas condições o ex-aluno dele, Lucas Costa, para ser seu chefe de gabinete.

Perez, como é conhecido, recebe pagamentos que chegam a R$ 10 mil líquido.

Dentro da Funpec a reclamação recorrente é a de que Aldo tem conduzido a entidade de acordo com as suas conveniências. “Atitude que causa desconforto em toda a equipe, uma vez que a FUNPEC tem uma equipe jurídica preparada e com vasta experiência. Já o seu amigo Perez não tem nenhuma experiência com fundações de apoio.  No entanto, Perez tem cumprido o papel de diretor administrativo na fundação, mandando e desmandando”, diz fonte ouvida pelo Blog.

Consta que Aldo é ligado ao senador Rogério Marinho, inclusive trabalhando com ele no Ministério da Integração Regional no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A Funpec é uma entidade ligada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) responsável pela captação de recursos para pesquisa, extensão e desenvolvimento institucional.

O artigo 5º do Estatuto da Funpec é claro em sua redação: “No cumprimento de seus objetivos estatutários, primar pela observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade e eficiência”.

Já o artigo 30 afirma que a contratação de pessoal por meio de seleção deve ser submetida ao Conselho da entidade para aprovação.

Confira o estatuto da Funpec

Confira os pagamentos feitos a Perez pelo Sistema Integrado de Gestão de Fundação de Apoio

Categorias
Reportagem

Verba de hospital em Mossoró? Styvenson afirma uma coisa, mas portaria diz outra

Na última sexta-feira, além de vir a Mossoró assinar uma suposta ordem de serviço para a construção de um hospital infantil em Mossoró (saiba mais AQUI), o senador Styvenson Valentim (PSDB) também aproveitou para visitar as obras do hospital da Liga de Mossoró de Estudos e Combate ao Câncer.

O senador afirma que mandou uma emenda de R$ 8 milhões para construir o que classifica como maior hospital oncológico de Mossoró e região.

Trata-se da Portaria GM/MS Nº 2.860, de 28 de dezembro de 2023, que habilitou Mossoró e outras cidades para receber recursos “para o custeio da Atenção Especializada”, o que significa verba para atendimento a pacientes e manutenção dos hospitais com pagamento de contas de água, luz, telefone, terceirizados e compra de insumos. Não há menção a construção de hospitais, o que seria dinheiro carimbado como sendo para investimento.

O artigo 2º da portaria é claro:

“Os recursos orçamentários objeto desta Portaria correrão por conta do Orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.5018.2E90 – Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas – Plano Orçamentário 0000 – Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial para Cumprimento de Metas – Despesas Diversas e Planos Orçamentários referentes a dotações acrescidas por emendas de bancada, durante a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária de 2023, classificadas com Identificador de Resultado primário 2 – RP 2”.

Do Rio Grande do Norte 15 cidades foram habilitadas pela portaria do Ministério da Saúde.

Styvenson chamou para si a responsabilidade pelo envio dos recursos e conseguiu apoio da direção de Liga de Mossoró para vender a versão de que foi fruto de emenda dele sem dividir os louros com o Governo Federal.

Nome de Styvenson não aparece como autor do envio dos recursos na portaria

Mas o extrato do convênio assinado pela então secretária de saúde de Mossoró Morgana Dantas em 24 de maio de 2004 deixa claro que o dinheiro é resultado da portaria do Ministério da Saúde e da emenda.

Portaria lembra que emenda vem de Portaria do Ministério da Saúde

Digamos que foi uma verba a quatro mãos, mas para custeio e não para construção de hospital. Apesar de o nome do senador sequer aparecer na portaria.

Leia a portaria do Ministério da Saúde AQUI.

Categorias
Reportagem

E o cronograma? Contrato da duplicação das pontes desmente discurso de Allyson sobre prazos

O prefeito Allyson Bezerra (UB) concedeu entrevista ao Portal Mossoró Hoje em que afirma textualmente que a obra da duplicação das pontes da Avenida Presidente Dutra está dentro do prazo.

Confira:

A julgar pela placa colocada no local é possível concordar com o prefeito, mas uma análise minuciosa no contrato assinado com a CLC é possível constatar que a história não é do jeito que Allyson está contando.

Vamos aos detalhes do contrato.

O item 5.3 da cláusula quinta estabelece um prazo de seis meses (180 dias) a contar da emissão da ordem de serviço com prazo de sete dias para iniciar a obra a partir desse ato administrativo.

 

Como o próprio prefeito lembrou hoje em suas redes sociais, a ordem de serviço foi assinada em 6 de maio o que estabelece o prazo de seis meses (180 dias) para a conclusão da obra conforme o cronograma físico financeiro que você pode conferir a abaixo.

O cronograma mostra que a obra e a execução financeira deveria ocorrer em 180 dias (seis meses)

Pelo badalado cronograma (você pode conferir numa resolução melhor AQUI), sempre citado pelos auxiliares do prefeito, a obra teria que ter sido entregue no dia 6 de novembro. A primeira ponte só foi inaugurada no final de janeiro e ainda assim precisou passar por reparos no início deste mês.

A propaganda de Allyson no Instagram entrega data do início do prazo de seis meses (Foto: reprodução/Redes Sociais de Allyson Bezerra)

Mas aí você pergunta: então porque a placa informa um prazo de 12 meses? Simples. Os outros seis meses, conforme o contrato, são para prestação de contas.

Ou seja: pelo contrato estabelecido no processo licitatório a obra está atrasada e não dentro do prazo como diz Allyson Bezerra.

Nota do Blog: não sou radical. Todo mundo sabe que obra pública atrasa e essa até está célere comparada a outras que tem por aí. O que não pode é o prefeito dizer que está dentro do prazo sem estar.

Nota do Blog 2: já pensou esse tumulto na Presidente Dutra em pleno período eleitoral?

Leia o contrato AQUI

Categorias
Reportagem

Silvério Filho faz bolsonarismo provar do próprio veneno com uma diferença: não apela para fake news

Num cenário em que a extrema direita domina o direito de colocar apelidos nos políticos de esquerda e fazer discursos estridentes contra adversários do bolsonarismo, surge no Rio Grande do Norte a figura de Silvério Filho que adotou uma postura de confronto usando a sátira como recurso para chamar atenção nas redes sociais.

Mas tudo isso com um tremendo diferencial: ele não apela para fake news. Silvério já tem mais de 18 mil seguidores no Instagram e planeja ir além do jornalismo no debate público.

Assim, ele faz a extrema direita e adjacências sofrer do mesmo veneno que por anos inoculou nos adversários.

Com criatividade ele tornou Rogério Marinho, defensor dos golpistas de 8 de janeiro, o “Rogério Golpinho”; O prefeito Allyson Bezerra (UB) com seu perfil autoritário e midiático virou o “Coroné Popstar”. O senador Styvenson Valentim (PODE), é o “senador de veia facial de peculiar diâmetro” ou “Styvenson Arrogante Valentim”; e o prefeito de Natal Paulinho Freire (UB), é “Paulinho Petropólis”, numa alusão ao perfil elitista do burgomestre. O ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos), é “Buraco Dias”.

Também sobrou para os coleguinhas da imprensa. O jornalista Gustavo Negreiro, virou o “Gustavo Destemperado Negreiros”, devido aos estilo loquaz do jornalista.

Já o apelido “Leão Lobo Potiguar”, que também pegou, por causa do noticiário do bolsonarista que costuma trazer fofocas da elite local, foi dado pelo comunicador Gustavo Braga.

Bruno Giovanni, o “BG”, virou “Bolsonarista Giovanni” e a Tribuna do Norte, virou “Rogério On Line”, numa lembrança de que o jornal/portal se tornou porta-voz do líder do bolsonarismo no Rio Grande do Norte.

Mas Silvério não se limita a sátira. Tem muita informação e conhecimento. Ele é advogado de formação com especialização em direito constitucional, que por cinco anos foi auxiliar de juízes e está voltando a advocacia militante. “Retornarei à advocacia militante e pretendo inclusive utilizar essa carteira da advocacia para exercer também, para ajudar nas nossas estratégias de comunicação, que você já deve ter percebido, a gente também utiliza sempre uma estratégia jurídica por trás de arcabouço”, explica ao Blog do Barreto.

Silvério é filho de Silvério Alves, blogueiro conhecido na Região do Potengi. Ele começou com o pai e desde 2022 foi aos poucos se inserindo no jornalismo natalense e começou a ganhar notoriedade em 2024 quando atuou fortemente nas eleições com o Blog Silvério Filho. “A gente mapeou e percebeu que havia a ausência a nosso ver de um blog de opinião de esquerda um blog que fosse um pouco mais ácido, ainda não nesse formato tão ácido que nós utilizamos hoje, mas no estilo do Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim”, explica.

Silvério decidiu avançar na ousadia ao perceber que havia um vácuo na blogsfera de esquerda com a falta de jornalismo de opinião em Natal. “Não tínhamos um blog de opinião de esquerda. E aí eu pensei em fazer um blog de opinião de esquerda, só que é um passo à frente. Analisando essa questão da nova dinâmica das redes, utilizando os formatos de Instagram, dos memes e dos vídeos que a gente ainda não utiliza muito especialmente o Reels. Alguns utilizam o YouTube inclusive, acompanhavam o seu Foro de Moscow, mas em termos de Reels ainda tem pouco na área progressista do Rio Grande do Norte, e é algo que já existe há muito tempo. E aí eu comecei a utilizar esses formatos, só que depois eu decidi ir mais além novamente”, acrescentou.

Silvério afirma ter decidido entrar na disputa por corações e mentes no debate público que está dominado pelo bolsonarismo. “Por que a necessidade desse formato de combate? Porque na atual dinâmica das redes nós vivemos uma disputa constante pela história. De um modo mais rápido do que era antigamente, que era uma disputa pelo discurso histórico. Hoje é uma disputa pela própria compreensão da realidade que as pessoas têm no dia, no momento, na semana, em razão dessa velocidade da informação. Então, eu percebi que para a mídia progressista, contentar-se então somente de falar a verdade era um atestado de derrota, era já aceitar a derrota”, frisou.

“Raposismo”

Silvério explica que está construindo um método próprio, chamado de “Raposismo” que se dá através de organização estratégica da militância. “O meu interesse na verdade, para além de ter um blog, é fazer formação. Eu não tenho interesse, por exemplo, de ganhar dinheiro, enricar com isso, mas eu quero fazer uma formação. Então, o meu interesse é sair discutindo em seminários progressistas ao redor do estado do Rio Grande do Norte, inclusive em Mossoró, como nós podemos disputar a história, disputar a atenção das pessoas no atual momento da história”, disse.

Exposição dos mentirosos

Uma estratégia de Silvério é a exposição dos jornalistas bolsonaristas, que classifica como mentirosos, para fortalecer o campo progressista na guerra de narrativas.

“Você que é jornalista, eu não sou, mas sabe que existe uma espécie de contrato tácito que jornalista não critica jornalista em razão da ética e tal… E eu, como não sou jornalista, não estou sujeito a essa ética. Então, pela compreensão que eu tenho, que se a gente se contentar em falar a verdade, a gente já perdeu a disputa narrativa, eu comecei a expor os mentirosos, expor os blogueiros, expor os portais, expor as rádios e desmascarar o que eu considerava ser mentira”, relatou.

 

Categorias
Reportagem

Discreto, evangélico fervoroso, bolsonarista e “secretário de fato” da saúde. Conheça o vice de Allyson, o desconhecido que pode ser prefeito por quase três anos

Marcos Antonio Bezerra de Medeiros (PSD) é o obscuro candidato a vice do prefeito Allyson Bezerra (UB) pinçado dos bastidores para compor a chapa favorita das eleições deste ano em Mossoró.

Um nome com zero capacidade de agregar votos ao prefeito, mas escolhido pelo critério da confiança para se encaixar nos planos de Allyson de vencer a eleição de outubro com votação consagradora e em abril de 2026 largar a Prefeitura de Mossoró nas mãos de um desconhecido para se aventurar na disputa pelo Governo do Estado, um plano traçado à régua e compasso pelo oligarca José Agripino, presidente estadual do União Brasil e mentor do “Pobrezinho”.

Mas quem é Marcos Antonio Bezerra de Medeiros? Trata-se de um servidor carreira da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) que assumiu o cargo de diretor executivo da Secretaria Municipal de Saúde de onde saiu em março.

O Blog conversou com diversas pessoas que transitaram e transitam no esquema político de Allyson Bezerra e classificaram ele como uma pessoa discreta, escorregadia, que participava das reuniões da Secretaria Municipal de Saúde e saia logo após falar.

É visto com uma pessoa de muita confiança do prefeito que sempre tinha o cuidado de nunca se comprometer com nada em relação a pedidos. Há quem diga nos bastidores que ele atuava como “secretário de fato” na saúde, mas a controvérsia aponta que sempre teve muito poder na pasta, mas não a ponto de esvaziar a secretária Morgana Dantas.

Outro traço de Marcos Medeiros é ser um evangélico fervoroso, destes que vai ao culto todos os domingos. Antes de fazer essa reportagem, o Blog analisou o feed do Instagram de Marcos que era dominado sobretudo por registros de idas ao culto.

Outro aspecto de Marcos é o gosto político. Ele é bolsonarista.

Esse é o desconhecido que pode ganhar de bandeja 2 anos e 8 meses a frente da Prefeitura de Mossoró num dos maiores estelionatos eleitorais já visto na história do segundo maior município do Rio Grande do Norte.

 

Categorias
Reportagem

Arrecadação do ICMS cai no RN e sobe na Paraíba

O Rio Grande do Norte e a Paraíba seguiram caminhos opostos em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no final do ano passado.

Enquanto no Estado vizinho o tributo mudou a alíquota básica de 18 para 20%, aqui no nosso Estado a redução foi no sentido contrário por decisão dos deputados estaduais de oposição.

O secretário estadual de administração Pedro Lopes apresentou números que mostram o impacto das mudanças nos dois estados.

Enquanto na Paraíba o ICMS teve alta de 21,4% entre maio e julho, no Rio Grande do Norte a queda foi de 3,6%.

Se ano passado, o nosso estado arrecadava mais que a Paraíba em números absolutos, hoje arrecada menos.

Confira a tebela:

“ICMS RN EM QUEDA | De maio a julho de 2024 a arrecadação de ICMS (na modal de 18%), reduziu R$ 75,7 milhões em relação ao mesmo período de 2023 (modal 20%) – queda de 3,6%. Na Paraíba, que teve o movimento inverso de modal (2023,18%; 2024,20%), a arrecadação cresceu R$ 422,5 milhões, ou 21,4%”, comentou Pedro nas redes sociais.

“Os dados mostram com clareza o erro de diagnóstico dos deputados da oposição e segmentos empresariais que defenderam a redução da modal do ICMS, tornando o RN mais frágil em relação aos estados vizinhos”, acrescentou.

O Blog do Barreto divulgou esta semana projeção do Banco Santander que aponta que a economia do RN crescerá menos que a média nacional e do Nordeste (leia AQUI), o que demonstra que a promessa de que a redução do ICMS aqueceria a economia não se cumpriu.

Além disso, registra-se piora nos serviços públicos e recentemente o desembargador Cláudio Santos suspendeu o reajuste dos professores da rede estadual de ensino acatando pedido do Ministério Público que apontou falta de condições de o Governo do Estado cumprir o reajuste do piso da categoria que impacta em R$ 1,5 bilhão /ano no orçamento.

Categorias
Reportagem

Cotado para vice de Allyson é descartado por estar inelegível. Condenação é por falsidade ideológica

Um dos principais secretários da gestão do prefeito Allyson Bezerra (União), Kadson Eduardo está inelegível e por isso foi descartado da lista.

O atual secretário de administração, que até bem pouco tempo acumulava função a frente da pasta da cultura, foi condenado por falsidade ideológica e o caso encontra-se com status de trânsito em julgado porque houve perda de prazo para os recursos em segunda instância.

Consta na denúncia do Ministério Público Federal que no dia 29 de julho de 2016, Kadson falsificou um documento público e o apresentou em uma audiência na a 12ª Vara Federal, situada em Pau dos Ferros.

Kadson era advogado de uma ação sobre demarcação de terras particulares na cidade de Apodi. Ele teria falsificado um documento alterando a data da audiência. “Ocorre que, segundo se desnudou, nem essa suposta audiência designada anteriormente nem o número do processo informado pelo denunciado existiam de fato, razão por que KADSON EDUARDO FREITAS ALEXANDRE, ciente das consequências processuais que a conduta de mentir perante a Justiça poderia acarretar-lhe, forjou documento público, consistente na montagem da captura de tela (print screen) do Projudi do TJ/RN, e o apresentou a esse Juízo Federal, nos autos do Processo nº 0800079-21.2013.4.05.8404”, diz a denúncia do MPF que apontou que adulteração do número do processo.

A defesa alegou que houve uma falha no sistema tentando descartar má fé de Kadson. “O que aconteceu, durante toda essa lamentável situação, foi uma falha do sistema, que culminou com a apresentação de uma data para audiência de conciliação, sem que, tal viesse a ser inserida na pauta”, argumentou. “Ocorre, que após a realização das correções, foi alterado a data da audiência e o dígito verificador do processo, possivelmente como forma de permitir o ajuste sistêmico, repita-se, ante ao erro exclusivo do sistema”, complementou.

O argumento não convenceu o juiz Rodrigo Arruda Carriço que julgou procedente a denúncia. “Assim, resta claro o elemento subjetivo do tipo, consistente na presença do dolo do réu, que usou o documento falsificado por ele, estando presentes todos os elementos configuradores da culpabilidade, na medida em que este réu é de pessoa imputável, com potencial conhecimento da ilicitude de seu comportamento, impondo-se, pois, conduta diversa da adotada”, frisou.

Kadson foi condenado a dois anos de prisão e 10 dias-multa com base no artigo 304 do Código Penal em regime aberto. Cotado para vice, o secretário está impedido de disputar eleições por oito anos com base na Lei Complementar 64/90 por se tratar de um crime contra a fé pública.

Ele está nesta situação desde 17 de abril do ano passado quando foi emitida a certidão de trânsito em julgado informando que a condenação era definitiva desde 19 de janeiro de 2023.

Decisão foi recebida com apreensão, resultou e saída da Secretaria de Cultura e em recuo de filiação partidária

A notícia caiu como uma bomba no colo do prefeito Allyson Bezerra que tinha pretensões políticas para um de seus principais auxiliares.

Uma das primeiras medidas foi tirá-lo da condição de interino da Secretaria Municipal de Cultura por temor que o assunto viesse à tona e maculasse o estratégico Mossoró Cidade Junina 2024.

Outra medida foi o descarte de filiação partidário em dos partidos da base do prefeito por causa da condição de inelegível do auxiliar.

No entanto, Allyson reluta em demitir Kadson da pasta da administração por considerá-lo de confiança.

Confira o processo na íntegra AQUI 

Categorias
Reportagem

Preços das passagens da linha aérea Mossoró/Natal disparam chegam a subir até 900% após aumento de demanda

Diário do RN

Os preços variam de R$ 100 a mais de mil reais. As passagens da LATAM no trecho Natal-Mossoró-Natal às vezes são um atrativo, mas outras crescem cerca de 900% para o mesmo trecho de cerca de 280 quilômetros. Com o rompimento da ponte entre os quilômetros 204 e 206 da BR-304, entre Lajes e Caiçara do Rio do Vento, no dia 31 de março, a demanda do trecho tem aumentado e os preços têm sofrido uma variação maior.

A reportagem do Diário do RN entrou em contato com a VoePass Linhas aéreas, responsável pelo serviço, para obter informações sobre a ocupação dos voos e sobre a política de definição de valores, mas a empresa “informa que, por motivos estratégicos, não compartilha as informações solicitadas”.

Antes do incidente na única BR que liga a capital à segunda cidade do estado, a ocupação estava abaixo de 40%, o que acendeu sinal de alerta no Governo do RN e em entidades produtivas sobre a possibilidade de suspensão dos voos. Entretanto, nos últimos dias, houve um incremento, conforme informou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas Mossoró (CDL), Stenio Max, uma das entidades que vem monitorando as linhas que atendem Mossoró e região.

“Com a interrupção da BR, a ocupação aumentou bastante. Antes do rompimento da barragem era em torno de 40% Natal-Mossoró; e Mossoró-Natal 50%, mas aumentou bastante agora. Realmente houve um rumor de interromper o voo, mas a informação que eu recebi ontem é que estão mantidos os voos”, explica.

Sobre os altos valores das passagens, o presidente indica que o valor em torno de 100 reais “foi um atrativo inicial, mas deve fica num patamar em torno de R$ 300”, afirma.

A secretária do Estado do Turismo do RN, Solange Portela, que tem acompanhado, juntos às entidades e empresa aérea, as demandas e procura dos serviços, cita a lei da procura e da oferta, e observa que com a atividade econômica o “Estado não tem como influenciar”, embora não tenha citado a dificuldade e os altos valores para acesso ao aeroporto Aluísio Alves, em São Gonçalo do Amarante, o “aeroporto de Natal”.

O Governo do RN, Prefeitura de Mossoró, Fecomercio, CDL Mossoró, Sindlojas, Mossoró Convention Bureau e outras entidades estão, a partir do alerta ligado pela própria VoePass em reunião com a secretaria de Turismo do RN, monitorando e mobilizando ações para estimular a procura pelos voos.

“Essas entidades de Mossoró se prontificaram a fazer uma ação de maior divulgação do voo junto aos seus associados, porque uma das coisas que o próprio pessoal falou é que muita gente em Mossoró não sabe que tem essa opção de vir para Natal de avião de uma forma mais rápida.

Vamos também fazer uma ação promocional nas redes sociais e o Mossoró Convention Bureau vai organizar a estrutura e passeios para que façam a divulgação do destino e do voo”, explica a secretaria.

Para o presidente da CDL, há ainda um “problema de logística” que pode ser resolvido com o aumento da frequência de voos.

“A ideia é provocar a própria LATAM para que esse voo seja diário. Hoje tem o voo segunda, quarta, sexta e domingo e aí a gente às vezes quer ir pra Natal, vai e tem que pernoitar. Então tem dois problemas com esse pernoite, é o custo do pernoite e o deslocamento do aeroporto. Se tiver esse voo diário com certeza apesar de aumentar o número, também deve aumentar a demanda de voos. E esse é um pleito que a gente está protocolando junto a LATAM”, diz.

Outros voos

Segundo informações repassadas pela secretaria de Turismo, o trecho Mossoró a Fortaleza, da mesma companhia, não passa pelo problema; e o trecho Mossoró a Recife, realizado pela Azul Companhias Aéreas, também apresenta boa ocupação. Mesmo assim, os trabalhos também envolvem as demais linhas.

“Também vamos incentivar o voo pra Recife, já que são duas companhias aéreas que voam para Mossoró. Então a ideia é a gente divulgar como um todo. Estamos fazendo ações de marketing digital, os horários e tudo mais para incentivar”, enfatiza Portela.

Após reativação do Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, os voos da Azul passaram a operar desde 2017. Já após o apelo das entidades empresariais para incrementar a operacionalização na segunda cidade do estado e, depois da cessão, pelo Governo do RN, do aeroporto para a Infraero, no ano passado, a Latam passou a operar em outubro.

Categorias
Reportagem

Eleição da Ufersa começa com marcas deixadas pelo impedimento candidato vencedor de tomar posse em 2020

A disputa pela Reitoria da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) começa no rescaldo dos traumas causados em 2020 quando Rodrigo Codes venceu em todos os três segmentos, mas foi impedido de tomar posse graças a um entulho autoritário que permite ao presidente da República nomear qualquer um dos três primeiros colocados.

Para azar da instituição, o presidente era Jair Bolsonaro que escolheu a terceira colocada Ludmilla Oliveira. Ela assumiu o cargo e sem se dar conta da falta de legitimidade política e do impacto da quebra de uma regra não escrita da democracia (a de sempre nomear o mais votado) mergulhando a Ufersa num caos institucional.

Foram quatro anos de turbulências dentro da instituição que ficou com a imagem arranhada.

Na eleição deste ano os três primeiros colocados de 2020 serão os concorrentes. Codes, o vencedor que não levou, a reitora que ficou em terceiro, e Jean Berg, que ficou em segundo lugar.

A história de 2020 será um dos motes da eleição da Ufersa e a retomada da legitimidade do voto na escolha do próximo reitor(a) será uma virada de página de uma crise que parecia não ter fim.