Cem dias de choque de realidade para Rosalba

trecho Bom Jardim

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) durante a campanha eleitoral ignorou a crise que assola os municípios de ponta a ponta no Brasil. Para ela era tudo falta de gestão. A então candidata apostou no argumento de que ela seria o nome mais capaz de recolocar Mossoró nos eixos graças a fama de maior prefeita que a cidade já teve.

Mas ao assumir a administração o quadro era negativo. Salários atrasados, dívidas e mais dívidas causadas pelo furacão Francisco José Junior (PSD).

A prefeita acertadamente livrou-se da responsabilidade de manter BICs que não diminuíam a violência. O único erro foi ela não ter dito isso na eleição.

Ela conseguiu diminuir os atrasos da folha salarial, mas ainda está devendo a folha de dezembro para parte funcionalismo. Está em curso uma operação tapa-buraco que diminuído o estrago nas vias da cidade.

A prefeita também mostrou que aprendeu algumas lições da traumática passagem pelo Governo do Estado. Está mais aberta ao diálogo com os representantes sindicais.

Houve alguns avanços. Dá para dizer que está menos ruim com Rosalba.

E por que não está bom? Perguntaria o devoto rosalbista? Seria precipitado classificar como desastrosa a quarta passagem de Rosalba pelo Palácio da Resistência com base na tradição da avaliação dos 100 primeiros dias. Também seria equivocado tecer loas pelos parcos avanços.

Por outro lado, os cem primeiros dias de Rosalba foram marcados pelo nepotismo, demora em definir um secretário de cultura e situações constrangedoras como o caso Rosina Ciarlini (ver AQUI) na Escola de Artes.

A prefeita se equivoca ao evitar uma aproximação com o governador Robinson Faria a ponto de deselegantemente desautorizá-lo em praça pública. A cidade perde muito com isso, principalmente na segurança.

A prometida reforma administrativa até aqui não saiu. O decreto anunciando corte de 50% dos cargos comissionados e funções gratificadas tem mais exceções do que verdades e a prefeita chegou a receber um salário com aumento e só assinou o decreto abrindo mão do reajuste após ser “lembrada” pela mídia.

De uma forma resumida: a prefeita apagou incêndios deixados pelo antecessor, se enrolou em questões morais e precisa de mais tempo para ter a gestão avaliada como boa ou ruim.

Há pontos negativos e positivos, mas é preciso mais do que cem dias para fazer uma avaliação mais aprofundada da gestão de Rosalba.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto