Ao comentar queda de R$ 10 milhões na arrecadação de Mossoró, ontem (2), na Câmara Municipal, o vereador Raério (PSD) disse estranhar contratação de pessoal em meio à redução de receita. “Como está faltando dinheiro, se contrata pessoal?”, questionou.
Refere-se ao novo contrato superior a R$ 2 milhões e meio, com a empresa de mão de obra terceirizada Athos, para contratação de motoristas, digitador, ASGs. “E, mais uma vez, sem licitação”, observa.
A mesma empresa, segundo Raério, já abocanhara outro contrato com a Prefeitura, em janeiro deste ano, de mais de R$ 4 milhões e meio, para os mesmos cargos – também sem licitação.
“E, mesmo assim, a Athos mantém salários atrasados”, estranha, ao acrescentar ser papel da Câmara e dos demais órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas, fiscalizar a situação.
Saúde
O vereador considera inadmissível o uso de frustração de receita como justificativa. “Até porque a Prefeitura tem economizado muito, com redução do funcionamento da máquina. Vários equipamentos estão sem funcionar na pandemia, como todas as escolas”, aponta.
Enquanto isso, segundo Raério, agrava-se a crise na saúde. “Ontem recebi ligação de três pessoas, relatando pacientes morrendo por falta de respiradores na UPA do Belo Horizonte. Há apenas uma ambulância do Samu para transferir pacientes de Covid-19 das UPAs para hospitais”, conta.
Ele também critica a tentativa de transferência culpa para o Governo do RN. “A Prefeitura precisar ter iniciativa, não esperar pelo Estado. E mais: o Governo Federal repassou quase R$ 12 milhões contra a Covid-19 e só foi gasto pouco mais de R$ 2 milhões. Onde está esse dinheiro?”, pergunta.