Criação de novas secretarias foi um processo mal conduzido por Allyson

Allyson criticaria a proposta que apresentou como prefeito (Foto: ALRN)

O prefeito Allyson Bezerra (SD) ao decidir enviar para a Câmara Municipal um projeto criando duas secretarias extraordinárias agiu de forma atabalhoada, meio que por um impulso juvenil.

Allyson soube que algumas prefeituras mantinham secretários exclusivos para garimpar recursos federais em Brasília, gostou da ideia e decidiu fazer o mesmo. Não pensou duas vezes e mandou elaborar o projeto.

Em princípio a ideia é ótima. Também não entro no debate moralista (de goela) sobre a criação de secretaria extraordinária. A oposição rosalbista finge não lembrar que quando governadora Rosalba Ciarlini teve que criar uma secretaria extraordinária de cultura pra poder nomear a cunhada Isaura Amélia, impedida de assumir a Fundação José Augusto, por causa da resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o nepotismo.

O problema está na condução política. O projeto foi aprovado com uma urgência absurdamente desnecessária e sem qualquer transparência contrariando um discurso marcante do prefeito.

A proposição chegou na segunda-feira e na quarta-feira já estava aprovada. O Regimento Interno da Câmara Municipal é claro quando estabelece que uma proposta precisa tramitar no mínimo oito dias. Foi um desnecessário desrespeito a institucionalidade da parte do prefeito e uma tremenda falta de altivez do parlamento.

Outro ponto a se criticar é que a informação dada pelo Palácio da Resistência aos jornalistas é a de que os cargos não seriam criados imediatamente. Não haveria pressa.

Não haveria pressa? Lei aprovada na quarta, cargo criado na quinta com titular nomeado. No caso Brenno Queiroga deslocado da infraestrutura para a Secretaria Extraordinária de Projetos e Programas de Governo.

Não sei meus colegas jornalistas, mas eu me senti enganado.

A má condução dessa história não gerou a polêmica merecida porque no meio disso teve a história do mistério sobre qual seria a pizzaria usada em esquema de tráfico de drogas e evasão de divisas, mas para quem valoriza a institucionalidade pegou muito mal.

No fim era mais interessante saber que na Pizza 10 rolava uma esquema de tráfico de drogas e evasão de divisas do que se importar com a rotina de termos o inquilino do Palácio da Resistência ordenando rasgar o Regimento Interno da Câmara Municipal.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto