De quem é a culpa da educação?

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Nesse momento de pandemia como essa que estamos vivenciando, o isolamento social traz inovações na forma como interagimos em sociedade. Na verdade, a nossa vida mudou, não podemos mais sair de casa sem máscara, senão, os olhares são constantes como se estivéssemos cometendo um crime, e, de alguma forma estamos, pois, ao utilizarmos máscara, estamos resguardando a nossa vida e a vida de outros, ao não utilizá-la, estamos demonstrando que não nos preocupamos com a vida do próximo.

Uma das principais modificações que houveram se dar na educação, as escolas estão se adaptando as novas tecnologias, termos que outrora nem se falava, hoje está virando um terror na vida de alguns professores. As Secretarias de Educação estão orientando seus professores para realizarem “aulas remotas” (aulas por aplicativos de videoconferências), e, como nossos professores não foram preparados e formados para uma pró-atividade de aplicação de currículos, muitos estão prolatando a utilização desses recursos.

Os que estão utilizando, a dificuldade é que os pais ficam na responsabilidade de prouver as condições mínimas para a educação de seus filhos. Os pais precisam estarem atentos aos horários das aulas que ocorrem pelos aplicativos, devem auxiliar nas atividades e prepararem um ambiente propício para a aprendizagem, bem como são corresponsáveis pelos envios das atividades. A questão é, muitos pais não conhecem essas ferramentas, e, quando conhecem, uns procuram cumprir com o seu dever e outros jogam desculpas ao vento para não cumprir com a formação da educação de seus filhos.

Daí vem o questionamento, de quem é a culpa de tudo isso? A culpa vem da ignorância intelectual que está arraigada em nossa sociedade excludente.

Os professores que dizem que não vão dar as aulas remotas pelos aplicativos por não os conhecerem, estão sendo negligentes, pois, como professores, ambos têm a finalidade de pesquisar novas formas de metodologias e abordagens de educação, sem falar que os mesmos que passaram por uma graduação, vivenciaram de um modo o campo da pesquisa. Assim, não adiantam dizer que não sabem ou que o Governo não proveu uma capacitação, pois, todos esses conhecimentos estão no Youtube, em 20 minutos, as informações necessárias para ministrar uma boa aula remota é demonstrada e apresentada.

Porém, tanto professores como alguns pais preferem dizer que não sabem, contudo, ao dizer isso, estão demonstrando o desinteresse pelo futuro do nosso país. Além do mais, até então foi dito sobre crianças sem nenhum tipo de necessidade especial, e, quando existem crianças e adolescentes com necessidades especiais e com deficiência, é preciso que os pais e responsáveis procurem ao máximo trabalhar com os professores e a coordenação da escola para garantir que a criança e o adolescente possam cumprir com as atividades da escola de forma inclusiva e acessível.

O triste de tudo, é que nossa sociedade procura sempre jogar os problemas de si para alguém ou alguma coisa, contudo, somos nós os responsáveis por nossas vitórias e fracassos. A vida não é fácil para ninguém, mas, enquanto uns ficam perdendo tempo reclamando, poderiam aproveitar esse tempo para obter conhecimentos. Alguns pais dizem que não tem tempo para

ajudar os filhos, mas, tem tempo para suas séries da internet e redes sociais. Alguns professores dizem que não foram capacitados, mas, perdem tempo com ações que não trazem proveito algum para sua formação continuada.

O questionamento fica, para tudo existem culpados, porém, nunca se assumem como culpados da educação de nosso país. Acredito que se fosse investido de fato tempo e esforço por parte de todos na educação das crianças e adolescentes de nossa sociedade, teríamos um país mais igualitário, porém, não vivemos como queremos viver por uma única questão, decidir reclamar antes de agir.

Assim, vamos parar de reclamar, vamos buscar ter conhecimentos, vamos ler mais, questionar mais, participar da política local, fazer um curso pela internet e conversar com as pessoas assuntos de relevância social. É preciso sermos protagonistas de nossa história de vida, e, não apenas figurantes. Não nascemos por nascer, nascemos para vencer, e, precisamos acreditar nisso.

Vamos procurar melhorar esse mundo, pois, só temos ele, vamos trabalhar a empatia e a alteridade, vamos ajudar nossa cidade a ter um ambiente melhor, e, vamos lutar juntos, pois, juntos somos mais fortes.

Vamos ajudar a melhorar a educação de nosso país!

*É pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

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