Desmobilizar a Petrobras é fomentar o atraso

Petrobras está de saída do RN (Foto: Thinckstock)

Por Divanilton Pereira*

A dinâmica econômica e histórica do Rio Grande do Norte está condicionada pelos limites típicos da prevalência da atividade primária, seja de subsistência ou exportadora, e de uma baixa incidência da indústria, caracterizando-se pelo baixo valor agregado,  marcada por trabalhos pouco qualificados e mal remunerados,  e ainda  concentrada nos serviços, principalmente os vinculados à cadeia do turismo, à administração pública e ao comércio.

A combalida indústria local representa apenas 9% do PIB Potiguar, sendo esse um indicador econômico que aponta o quadro do subdesenvolvimento Potiguar.

Após a mais recente, a desarticulação da cadeia industrial têxtil no RN, a investida da vez está voltada para a fragilização da petrolífera. Em fato relevante, a Petrobras comunicou, no último dia 28 de janeiro, a assinatura do contrato de venda do Pólo Potiguar, processo que pode concretizar a saída completa da estatal do Rio Grande do Norte. Não se trata apenas da perda de uma empresa, mas de um complexo industrial tecnológico com enorme capacidade de investimento direto. Uma nefasta decisão política que terá, dentre outras consequências, o efeito de retardar ainda mais que a nossa economia saia da armadilha do seu histórico primarismo.

Em nenhuma parte do mundo comemora-se o afastamento de uma grande empresa industrial, sobretudo daquelas, como a petrolífera que detém uma cadeia produtiva com enorme efeito multiplicador, seja na tecnologia, na empregabilidade e no recolhimento de impostos.

Em decorrência dessa privatização, a produção atual está 43,5% menor do que a de 2016, além da perda de 7.000 empregos indiretos e 1.700 próprios, entre transferidos ou desligados. Portanto, um grande impacto econômico e social.

Assim, reitero a minha contraposição a essa política desmobilizadora e conclamo a todos para lutarem por sua reversão, em particular, para que a Petrobras retome o seu papel indutor e aglutinador de todos os agentes da cadeia produtiva petrolífera em nosso estado. Sem essa intervenção estatal, o padrão de investimento ficará aquém do necessário para soerguer essa estratégica atividade econômica.

*É Presidente do PCdoB/RN.

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