Detonar Francisco José Junior blindará Rosalba na próxima gestão?

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Certamente você nunca ouviu falar da Operação Rutter realizada no dia 19 de agosto de 1942. Com certeza ouviu falar no Dia D realizada em 6 de junho de 1944 que deu um passo decisivo para que os aliados derrotassem a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Foi com as lições aprendidas na derrotada Operação Rutter que os aliados corrigiram os erros e foram bem-sucedidos em um novo ataque anfíbio dois anos depois.

Como os aliados, Rosalba Ciarlini (PP), prefeita eleita de Mossoró, terá dois anos depois uma nova chance. Sempre que assumiu os cargos ela usou como tática a atacar os antecessores, se fosse um adversário ela pegaria ainda mais pesado.

A tática deu tão certo em 1997 que ela não só passou ilesa nas medidas impopulares que precisou tomar como também deixou estigmatizada a sua principal adversária na época, a hoje aliada Sandra Rosado (PSB), vereadora.

O discurso de Rosalba foi tão bem encaixado que até hoje há quem acredite que Sandra atrasou seis meses de salários dos servidores municipais. Um feito impossível de acontecer pelo simples fato de a futura vereadora ter governado a cidade por apenas 70 dias.

Mas Rosalba já vivenciou o outro lado. O discurso da terra arrasada na época em que foi governadora não deu liga. Acabou colaborando e muito para que ela se desgastasse ainda mais. Afinal de contas, o eleitor médio entendia que ela foi eleita para resolver os problemas do Estado e não para ficar choramingando em programas de rádio e TV.

Os gestos recentes mostram que ficar satanizando o ainda prefeito Francisco José Junior pode ser um tiro no pé para Rosalba. Afinal de contas, a cidade inteira sabe que ela vai encontrar uma Prefeitura quebrada. Não será necessário ficar repetindo isso. Os mossoroenses já sabem. Não que ela não possa mostrar os erros do antecessor. Pode e deve, mas será necessário acertar a dosimetria desse discurso.

Em Natal, Micarla de Sousa assumiu o comando da capital detonando o antecessor Carlos Eduardo Alves. A sede de vingança resultou no maior desgaste político já visto no Rio Grande do Norte. Carlos, quatro anos depois, teve a oportunidade de dar o troco. Mas não precisava. O desgaste de Micarla falava por si só como o de Francisco José Junior.

O hoje prefeito reeleito no primeiro turno (com uma facilidade nunca vista na capital potiguar) pediu 200 dias para colocar a cidade nos eixos e cumpriu a palavra. Não fez uma gestão brilhante, mas fazendo o básico e sem ficar dizendo o óbvio sobre a antecessora conseguiu os resultados esperados e agora é cotadíssimo para ser eleito governador em 2018.

É no exemplo de Carlos Eduardo que Rosalba deve se mirar aprendendo com os próprios erros mesmo que não admita publicamente.

Mas se o que explico não é suficiente. Conclamo o caso de Robinson Faria (PSD), atual governador do Rio Grande do Norte. Ele faz uma gestão pior que a de Rosalba sem ter o mesmo desgaste dela. Como conseguiu isso? A resposta daria um segundo artigo. Mas para ficar nesse tema garanto que não ter satanizado a antecessora colaborou para isso.

Se Rosalba não ajustar o discurso será um sinal claro que ela estará subestimando a inteligência dos mossoroenses e não terá entendido que os tempos mudaram.

Cabe a ela decidir se vai corrigir esse rumo ou seguir na surrada fórmula do discurso da terra arrasada. A política como na guerra, aprender lições é fundamental.

Para conhecer a Operação Rutter clique AQUI

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto