Deus e pátria, seja o nosso lema

Por Elviro Rebouças*

Aprendi cedo, nos bancos históricos e centenários do Colégio Diocesano Santa Luzia, em Mossoró, com o seu hino vibrante, a estrofe “Deus e pátria é o nosso lema, é nossa glória suprema servir a Deus e ao Brasil”. Como simples cidadão, como tantos milhões de brasileiros comuns, tenho este dístico no meu dia a dia. Sempre crente em Deus, procurando servir à Pátria amada, mas confesso, momentos de muito desânimo nos nossos  governantes. Agora mesmo, em uma cruel pandemia, no Brasil já contaminando mais de 380 mil patriotas e ceifando  preciosas 24 mil vidas.

A ciência, os elevados  estudos  em um mundo globalizado, ávido para encontrar a vacina para debelar o COVID 19, em pleno século 21, após incontáveis pandemias que dizimaram milhões de pessoas, há um único tratado internacional para regular as ações que a comunidade internacional deve tomar em situações emergenciais de saúde pública, o Regulamento Sanitário Internacional, da OMS (International Health Regulations) Aqui no nosso torrão verde-amarelo  tudo é relegado quando em benefício  da  área sanitária pelo Governo Central, já há mais de doze  dias, sem um Ministro da Saúde, tendo o  seu antecessor sido humilhado e arrancado do cargo, por não concordar com o desleixamento do mandante .Permaneceu a agonia, agora com mais agudeza. Espalha de militares à  área, imbuídos de boa vontade, não é possível que seja diferente,  mas sem legitimidade à causa, enquanto o Governo   se esgrima em assuntos pouco republicanos, deixando 210 milhões de pessoas à própria sorte, já não bastasse , apesar dos reconhecidos  e inauditos esforços  dos profissionais da saúde, (médicos, enfermeiros, técnicos e analistas), a fragilidade da rede pública de saúde, exibida do Amazonas  ao Rio Grande do Sul, aonde assistimos, impotentes, as pessoas serem massacradas, pelas condições da ausência de meios próprios ao tratamento,  em antessalas e escaninhos de UBSs,  UPAs  e Hospitais, geralmente sem condições adequadas , carcoma  implantado em  várias décadas de  absoluta exclusão e seriedade por parte dos  que governam.

O isolamento social continua sendo percebido pela esmagadora maioria da população como a medida mais eficaz para conter o avanço descontrolado do novo coronavírus e, assim, poupar vidas. A mais recente pesquisa XP/Ipespe, divulgada na terça-feira passada, mostrou que 76% dos entrevistados veem o isolamento como “a melhor forma de prevenir e tentar evitar o aumento da contaminação pelo novo coronavírus”. É muito bom constatar que tantos brasileiros levam em conta as vozes da ciência, da razão, dando o devido valor às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de epidemiologistas e de governadores e prefeitos ciosos de suas responsabilidades no enfrentamento da pandemia. Entretanto, não se pode deixar de registrar que o apoio à medida, embora siga bastante forte, apresenta uma tendência de queda. Nas três sondagens realizadas pelo instituto de pesquisa em abril, nos dias 1º, 15 e 22, o isolamento social era defendido por 80%, 79% e 77% dos entrevistados, respectivamente.  O primeiro alerta do governo chinês sobre o surgimento de um novo coronavírus foi dado em 31 de dezembro de 2019. Na ocasião, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu um comunicado sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, cidade chinesa com 11 milhões de habitantes. No Brasil, infelizmente, o Governo Central, de forma tosca, o tratou de “gripezinha”, coisa rápida e passageira. O Resultado de toda panaceia, enquanto a China, a Europa toda e os americanos do norte já reabrem as atividades econômicas, com perdas consideráveis, já somos a segunda nação mais atingida com a pandemia e, funestamente, subindo a ladeira.  Isto sim, para o nosso patriota cientista e sanitarista Oswaldo Cruz seria INCONCEBÍVEL E INACREDITÁVEL!

*É economista e empresário.

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Canal Bruno Barreto