Era um sábado à tarde em janeiro de 2006. Tinha acabado de chegar de uma viagem com foco em uma aula de campo em Recife. Toca o celular, do outro o diretor de redação de O Mossoroense Cid Augusto.
A pergunta é curta e grossa: “topa escrever política?”. De pronto digo que sim. Desligo o telefone e me pergunto será que dá certo? Sou apenas um estagiário, é um pulo muito grande numa área delicada e ainda por cima em ano de eleição.
Quem diria, o menino que sonhava ser comentarista de futebol estava desembarcando na área mais complicada do jornalismo.
De um colega pessimista escutei: “você não dura três meses nessa função”. Ignorei e encarei o desafio e a mudança de planos que tinha traçado para minha carreira profissional.
Cumpriu-se a profecia do meu tio, o jornalista e professor de comunicação da UFRN Emanoel Barreto, na noite de natal de 2000: “você não vai escrever esportes. Seu destino é ser jornalista político e vai ser um dos melhores do Estado”.
A primeira matéria foi sobre a então vice-prefeita Cláudia Regina. Mostrava porque ela iria apoiar Felipe Maia e não Betinho Rosado para deputado federal. Comecei com o pé direito. A especulação se confirmou. Era 16 de janeiro de 2006. Sábado fez dez anos. Só hoje tive condições de fazer o registro.
São dez anos de muito aprendizado. Graças ao jornalismo político tive a oportunidade de conversar com grandes nomes da política estadual e nacional.
À Cid Augusto mais uma vez registrar meu agradecimento pela oportunidade. Aos leitores do Blog do Barreto e ouvintes do Meio-Dia Mossoró só agradecer pelo carinho e confiança.
Aos mais novos que pensam em entrar nessa área explico que o jornalista político é repórter, cientista político e historiador. É essa trinca de conhecimentos que lhe dá capacidade de checar a informação, contextualizar os fatos e fazer o leitor compreender a origem dos acontecimentos políticos.
Que venham mais 10, 20, 30 anos nessa profissão fascinante.