Disputa eleitoral no RN é um deserto de ideias

Já escrevi em diversas ocasiões que o Rio Grande do Norte é um Estado preso a um modelo econômico criado há 40 anos por Cortez Pereira (ver AQUI um dos textos), nosso último grande governador. Vários políticos com quem converso reconhecem isso e entendem a necessidade de se buscar alternativas para que o Estado não entre em colapso, acredite ainda não chegamos a esse ponto, mas podemos chegar.

A hoje prefeita Rosalba Ciarlini (PP) inaugurou em sua passagem pela governadoria uma era de governos ruins. Ela ajudou Geraldo Melo (PSDB) a fazer as pazes com a história. Agora Robinson Faria (PSD), novo pior da história, a redime.

Se continuarmos nessa batida elegeremos o próximo pior governador e vai chegar uma hora que a matemática será desafiada nas pesquisas de opinião pública.

Toda campanha eleitoral é a mesma coisa. Os candidatos falam que vão melhorar a saúde, a segurança e a educação. Eleitos, entregam exatamente o inverso: a piora. Pouco se discute um de nossos maiores gargalos: a infraestrutura.

Desde que me entendo como jornalista sou obrigado a noticiar derrotas do Rio Grande do Norte justamente por incapacidade de competir com nossos vizinhos que nos dão um banho de infraestrutura.

A única notícia alentadora é soprada pelos ventos de nosso generoso litoral. A energia eólica é uma saída para nosso sofrido elefante, mas não pode ser a única.

Mas o assunto passa longe do debate político. Nossos representantes se divulgam como devotos de todos os santos padroeiros, solidários amigos nos velórios pelos rincões e como exímios estrategistas nos fuxicos gerados nas formações de palanques.

Ninguém se mostra com propostas para o RN.

Nossas estradas são precárias, cidades do interior vivem em racionamento de água e não percebem, a fruticultura clama por obras simples, a indústria salineira vive brigando por migalhas, etc…

A Petrobras está diminuindo ano a ano os investimentos no Rio Grande do Norte. O turismo é uma miragem da reta tabajara para dentro.

Ninguém está discutindo ideias nem soluções para esses problemas. As propostas genéricas de melhorar a saúde, segurança e educação se converterão em frustrações profundas se o problema básico não for resolvido: a necessidade de desenvolver a economia do Estado para aumentar as receitas.

Sem isso nada feito!

Continuaremos dependentes dos cada vez mais escassos royalties do Petróleo, Fundo de Participação dos Estados (FPE) e de outros repasses da união.

Os candidatos estão numa posição muito cômoda mais uma vez. O eleitor não lhe cobra ideias.

Assim fica mais fácil dizer que vão melhorar a educação, saúde e segurança. O problema é que ninguém pergunta de onde virá o dinheiro.

Nesse deserto de ideias não temos nem a miragem de um projeto para gerar receitas para o Rio Grande do Norte.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto