Divisão dos Alves já foi sinal de força, mas no contexto atual escancara decadência

Garibaldi, Carlos Eduardo e Henrique juntos. Imagem difícil de ser ver na atualidade, por ora (Foto: autor não identificado)

A oligarquia Alves se dividiu e se juntou em diversos momentos desde 2002. Ali, se tratava do grupo político/familiar mais poderoso no Estado.

Quando não era poder, liderava a oposição.

Após o colapso oligárquico nas eleições de 2018, os Alves mesmo derrotados no segundo turno não conseguiram controlar a oposição e se mantiveram ausentes do debate público na atual quadra histórica.

A situação passa pela perda do controle acionário da Inrtetv Cabugi e venda da Tribuna do Norte, mas também por suas confusões internas que renderam num outrora inimaginável rompimento político entre o ex-senador Garibaldi Alves Filho e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves.

Lá atrás os Alves se dividiram por serem grandes demais. Hoje se separam em um sinal de decadência.

Em 2002, o então vice-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves adotou uma postura de independência em relação ao restante da família. Ganhou a Prefeitura do Natal de presente ao se alinhar com Wilma de Faria.

Deu certo.

Ela se elegeu governadora e ele foi reeleito em 2004 contra o candidato Luiz Almir, apoiado pelos primos.

Em 2008, os Alves se uniram em torno da fracassada candidatura de Fátima Bezerra (PT) a prefeita de Natal.

Em 2010, foi cada um para um lado. Carlos Eduardo enfiou-se numa aventura ao Governo, Henrique ficou no palanque de Iberê Ferreira e Garibaldi casou voto com Rosalba Ciarlini e José Agripino.

Henrique e Garibaldi marcaram um duplo. Com o primeiro se aliando ao segundo na base de Rosalba para depois miná-la no debate público.

Deu certo.

Em 2012 Carlos Eduardo polarizou na disputa pela Prefeitura do Natal contra um preposto dos primos, Hermano Morais.

Rosalba desgastada permitiu que Henrique, inclusive com o apoio de Carlos Eduardo, montasse o mais poderoso palanque já visto no Rio Grande do Norte. O palanque de tão pesado desmoronou com as vitórias dos excluídos Robinson Faria e Fátima Bezerra para Governo e Senado.

Dali em diante os Alves e demais oligarquias potiguares nunca mais foram os mesmos.

Unidos, os Alves foram fragorosamente derrotados em 2018 e saíram mais desunidos do que nunca daquele pleito.

Hoje na família Alves está cada um por si. Enfraquecidos, não conseguiram liderar a oposição à Fátima, missão que ficou para o bolsonarismo.

Diferente de outros momentos a desunião de hoje acentua a decadência política e não a força do passado.

Restou aos Alves ver quem consegue se encaixar no palanque petista no Estado.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto