O Governo do Estado lançou nota em que antecipa os futuros problemas colocando na conta da oposição. Afinal de contas serão R$ 700 milhões a menos nos cofres em 2024, é o valor de uma folha de pagamento.
A governadora Fátima Bezerra (PT), que pouco se envolveu no processo, agiu em estado de negação rejeitando a ideia de que seu governo tenha sido derrotado, o que de fato foi, e afirmando que o povo potiguar está sendo punido pela oposição.
As duas posições são ruins porque não dão sinais públicos de que o Governo Fátima planeja no curto prazo iniciar um processo de reconstrução de um relacionamento com o parlamento.
Mas é o que deveria ser feito.
Cansei de alertar ao longo deste trimestre final de 2023 que Fátima Bezerra governa num presidencialismo sem coalizão na Assembleia Legislativa que resultou numa minoria parlamentar incapaz de aprovar matérias impopulares.
Nos bastidores a sensação dos deputados é a de que o Governo só procura quando precisa, de que não são valorizados e de que não fazem parte da gestão.
Ficam com o ônus.
Passado os desabafos públicos, é hora de o Governo Fátima baixar as armas e aproveitar o recesso para fazer uma reformulação na articulação política e reconstruir a base para poder lá na frente evitar um colapso administrativo.
O petismo potiguar precisa entender que do outro lado existe uma oposição comandada por Rogério Marinho (PL) ansiosa pelo caos e ficar em cima de um pedestal é facilitar os planos do bolsonarismo.