Em 2023 a popularidade de Allyson foi resiliente, mas confusões e incoerências geraram uma massa crítica contra prefeito

Prefeito se "esforçou" em 2023 se envolvendo em desgastes, mas popularidade está intacta (Foto: redes sociais/Allyson Bezerra)

O balanço do prefeito Allyson Bezerra (União) em 2023 é de resiliência da popularidade que se mantém acima dos 80% de aprovação, embora ele goste de inflar os números que já são estratosféricos nas suas redes sociais.

O prefeito se esforçou bastante para sofrer um “Efeito Silveira” que saiu de uma aprovação de 70% no final de 2014 para uma desaprovação recorde e irreversível na metade de 2015.

Allyson passou 2023 arrumando confusão e tendo atitudes incoerentes. Numa delas, o prefeito fez cobranças públicas a governadora Fátima Bezerra (PT) por dívidas que o Estado teria com o município sendo que a própria Prefeitura também é devedora da CAERN, sem contar que os dados apresentados são inconsistentes.

Chegou a mandar quatro secretários darem uma coletiva anunciando a possibilidade de atrasos salariais por causa de uma oscilação no Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Tudo isso sendo o mesmo Allyson que ficou em silêncio quando Jair Bolsonaro (PL) era o presidente que mexeu em impostos de cima para baixo e provocou queda de arrecadação nos municípios.

Na mesma semana da coletiva, Allyson ficou em Mossoró para a inauguração de um supermercado enquanto os outros prefeitos estava em Natal protestando na Assembleia Legislativa e se reunindo com a bancada federal por mais recursos do FPM.

Outro problema foi com os servidores.

Allyson se recusou a cumprir a lei do piso nacional da educação e resolveu a greve apelando para a justiça, brigou com o Sindserpum e outros sindicatos.

Em junho, ofuscou um Cidade Junina bem-sucedido numa crise com sindicatos e funcionalismo com um pacotaço de retirada de direitos.

Ele descumpriu acordo com os guardas municipais e foi alvo de protestos e chegou a protagonizar uma cena patética em que reagiu a vaias com pulinhos na abertura da Ficro.

O prefeito rompeu a institucionalidade fazendo negociações paralelas, ignorando os sindicatos.

No fim do ano, ele protagonizou o aumento salarial dos vereadores, secretários, vice-prefeito e prefeito para 2025. Tentou jogar a culpa na Câmara sendo que ele mesmo já tinha defendido publicamente o aumento salarial dos secretários e foi a gestão dele quem fez o estudo de viabilidade econômica dos aumentos.

Fora isso, os problemas na saúde sempre abafados vieram à tona com a reprovação das contas de 2022 no Conselho Municipal de Saúde. Um fato que o prefeito deu de ombros.

Também partiu para o assédio judicial contra os poucos setores da imprensa que criticam a gestão e trazem pautas negativas. O principal alvo é o Portal Boca da Noite, sobrou até para esta página por ter repercutindo uma notícia usando apenas dados do Portal da Transparência.

As confusões e incoerências geraram uma massa crítica em relação ao prefeito até então inexistente nas redes sociais. É visível a quantidade de pessoas criticando e fazendo cobranças ao prefeito que tenta reverter com manifestações que mais parecem um campeonato de quem é o melhor puxa-saco de Allyson.

O prefeito se esforçou para a popularidade dele cair em 2023, mas ela se mostra resiliente. Mas essa lua de mel não é eterna.

Rosalba Ciarlini está aí para contar a história.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto