Estudo realizado entre os dias 2 e 27 de março pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFERN) apontou que 766 pessoas que buscaram internação acometidas pela covid-19 recorreram ao “tratamento precoce” que utiliza medicamentos cuja eficácia não tem embasamento científico.
Destes 716 usaram ivermectina, 27 hidroxiclocoquina e 23 cloroquina.
A maior parte dos pacientes que embarcaram na onda do “tratamento precoce” e terminaram internados são moradores dos três maiores municípios do Estado: Natal, Mossoró e Parnamirim, totalizando 52,3%. A título de curiosidade as três cidades juntas correspondem a 41,2% da população do RN.
Outro dado importante é que pacientes de 140 municípios solicitaram internações. Destes 100 cidades tiveram pacientes que usaram os medicamentos do “tratamento precoce”.
Isso corresponde a 71% dos municípios que tiveram pacientes que precisaram de internação.
O relatório aponta preocupação com o uso indiscriminado dos medicamentos sem comprovação científica para tratamento da covid-19. “A situação é realmente preocupante, pois muitas pessoas podem estar fazendo uso desses medicamentos sem qualquer acompanhamento médico, se automedicando. Outro fator preocupante é a venda indiscriminada em farmácias que, muitas vezes, oferecem o medicamento aos clientes como alternativa contra a covid-19, mesmo quando essa indicação não consta na bula do remédio, ou sem a prescrição médica para covid-19 (off-label)”, declarou.
Nota do Blog: o estudo é importante, mas ele peca por omitir o total de pacientes que pediram internação no período e isso deveria inclui os que não usaram os medicamentos mais famosos do “tratamento precoce”. Passamos o dia inteiro tentando os números abordados pelos autores para cruzar a informação. No entanto, a Assessoria de Imprensa do LAIS/UFRN não nos entregou.
Leia o relatório do LAIS AQUI
Relatório do Uso de Medicações como Prevenção – V1 – Por Município