Enquanto adversários tiveram problemas, período de convenções do prefeito foi o que teve menos turbulências

O período de convenções foi o que recheado de emoções. Muitas idas e vindas, desgastes, tensões e no fim os políticos formaram as alianças possíveis em Mossoró, principalmente na disputa proporcional.

Logo de cara pode-se afirmar que o prefeito Francisco José Junior (PSD) foi o maior vitorioso no período das convenções. Todos os analistas políticos davam como certo que nessa fase da disputa eleitoral ele estivesse politicamente definhando, enfraquecido por conta da impopularidade. Mas ele conseguiu manter praticamente todos os apoios que tinha.

Dos três vereadores perdidos para o palanque rosalbista, Francisco José Junior já contava com duas baixas: Izabel Montenegro e Alex Moacir, ambos do PMDB. Já estava acordado desde o ano passado que quando começasse as convenções a dupla seguiria a orientação dos caciques do partido, Henrique Alves e Garibaldi Filho.

A única perda inesperada foi a de Lucélio Guilherme (PTB). Mas o prefeito compensou atraindo o PRB, partido que possui uma das nominatas mais badaladas da disputa proporcional e foi bastante cobiçado tanto por Rosalba Ciarlini (PP) como Tião Couto (PSDB).

Além disso, o prefeito reúne em torno de si 14 partidos o que lhe possibilitou realizar uma das maiores convenções já realizadas na história política mossoroense.

Rosalba 2

Por outro lado, a ex-governadora Rosalba Ciarlini se deu ao luxo de menosprezar políticos poderosos e aliados com densidade eleitoral como o grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado (PSB). Ela não abriu espaço para que outras forças políticas indicarem o vice. Teve força suficiente para escolher o vice, mas não conseguiu encontrar o vice ideal. Esse nome seria Jorge do Rosário (PR), mas o empresário não só rejeitou o convite como conseguiu manter o PR no projeto de Tião. Para Rosalba ficou o desgaste. Foram tentando outros empresários como Nilson Brasil e Elviro Rebouças, mas eles se encontravam filiados ao DEM e embora o senador José Agripino concordasse com as indicações a ex-prefeita Cláudia Regina conseguiu levar o partido para o Mossoró Melhor. Para Rosalba ficou o desgaste.

Em outro ponto, a ex-governadora teve dificuldades. Primeiro na formação da chapa proporcional. Ao bater o martelo pelo “chapão” com PDT, PSB e PMDB ela causou problemas no PP. O próprio Betinho Rosado, presidente do partido chegou a admitir que o partido implodira. O vereador Francisco Carlos (PP) chegou a desistir da reeleição recuando em seguida.

Além disso, a luta de Betinho para ser o vice de Rosalba causou momentos de tensão. A ex-governadora acabou aceitando o nome indicado pelo presidente estadual do partido: o da desconhecida Nayara Gadelha.

A grande conquista do rosalbismo foi o PHS, legenda com uma das melhores nominatas no pleito proporcional.

No Mossoró Melhor, Tião Couto ganhou porque não perdeu o PR. Não conseguiu avançar no diálogo com o PDT, mas conseguiu atrair o apoio da ex-prefeita Cláudia Regina que tem um peso maior que o dos votos que ela pode atrair: o da experiência de quem participou de campanhas vitoriosas. Tião ainda espera receber a ex-prefeita Fafá Rosado no palanque dele. Ela está magoada com os rumos do PMDB e já renunciou a presidência do partido em Mossoró.

O candidato Gutemberg Dias (PC do B) também pode considerar que teve um período de convenções relativamente tranquilo. Apesar de garantir o apoio do PT, que lhe renderá um bom tempo de TV. No entanto, ele não teve forças para conseguir a frente de esquerda reunindo PSOL e PDT que lhe garantiria um palanque mais robusto. Ele também tentou sem sucesso uma aliança com o PSB.

Por fim, o quinto candidato, Josué Moreira (PSDC). Ele não conseguiu se encaixar dentro do Mossoró Melhor de Tião Couto e buscou novos rumos. Ele tentou aliança com a Rede Sustentabilidade sem sucesso. Recebe a duras penas o apoio do PSOL, que indicou a vice. No entanto, a qualquer momento Josué pode perder esse apoio por conta da ameaça de intervenção do diretório nacional do PSOL que não aceita a decisão.

Esse é o balanço do período de convenções. Os times estão montados e o eleitor será quem dará a palavra final.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto