O tema das constantes altas no preço dos combustíveis definitivamente não sai da boca e da cabeça dos potiguares. No último sábado (10), O Blog do Barreto apresentou uma reportagem especial trazendo a visão de especialistas e mostrando porque o preço dos combustíveis não para de subir no Brasil. (Veja mais AQUI)
Acerca desse debate, um ponto que constantemente vira motivo de discussão entre os populares é “Porque em muitos municípios do Rio grande do Norte a gasolina é mais cara do que em estados vizinhos, como na Paraíba?” João Pessoa, a capital paraibana hoje cobra, em média, R$ 5,43 centavos em um litro de gasolina.
O Dirigente do Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro/RN) Pedro Lúcio Goes apresenta algumas motivações que fazem a gasolina em Natal, por exemplo, ser mais cara do que em João Pessoa. Através de suas redes sociais ele comenta:
“Mesmo sendo duas capitais próximas, o preço médio da gasolina em Natal é R$ 6,28 enquanto em João Pessoa é R$ 5,43. O que explica essa diferença? O valor dos impostos estaduais e federais incidentes sobre a gasolina no RN e na PB são exatamente os mesmos – 29% de ICMS e 11,8% de CIDE, PIS/PASEP e COFINS. Em Guamaré (RN) a gasolina é vendida pela Petrobras por ~R$ 2,60 e em Cabedelo (PB) por ~R$ 2,59” afirma.
O Sindicalista comenta que, em sua opinião, a diferença de preço deve estar na distribuição e revenda do produto. “Fazendo a conta de trás pra frente, descobrimos que a distribuição e revenda em Natal corresponde a 17% (R$ 1,114) do valor final, enquanto que em João Pessoa a fatia desse segmento é de 11% (R$ 0,618)”, aponta Pedro Lúcio.
Ele também lembra que que essa diferença no custo de produção e revenda ocorre por vários fatores, dos quais ele destaca: concorrência e infraestrutura de distribuição – Guamaré está a 173km de Natal enquanto Cabedelo está a 16km de João Pessoa.
Preços abusivos e dificuldade na fiscalização também contribuem para preços elevados
Na última sexta-feira (9) a Agência Saiba Mais divulgou com exclusividade que a gasolina vendida em Natal pode estar até R$ 0,22 centavos mais cara do que o que deveria. Segundo a reportagem, a tabela de Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) de combustíveis, elaborada pela Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estipula que o preço do combustível na capital potiguar deveria ser de até R$ 6,18, mas a média de valores após o último reajuste chegou a R$ 6,40.
De acordo com o Saiba Mais, em 1º de julho, antes do último aumento, do dia 5, o valor estimado por litro do combustível era R$ 5,96 para o Rio Grande do Norte, quando os postos da capital potiguar já ofereciam por uma média de R$ 6,24.
O Portal conversou com o coordenador do Procon RN, Thiago Gomes que confirmou as dificuldades para multar e garantir preços mais adequados na capital e no interior do estado, uma vez que no RN a justiça teria o entendimento de que ao aplicar multas aos donos de postos o Procon estaria tentando tabelar os preços.
“Temos vários processos como esse dentro do Procon, porém é demorado e exige atenção e discussão junto ao Judiciário. Em outros estados, a gente tem um entendimento diferente do nosso aqui, que o órgão pode sim autuar e multar. É uma luta constante. O Procon não está de braços cruzados, mas devemos fazer tudo de forma responsável para não prejudicar o consumidor”, detalha, ao explicar como se dá o processo” afirmou Thiago ao Saiba Mais.